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OS LIVROS DOS PROFETAS

OS LIVROS DOS PROFETAS.
(םײאבנ)( NEBIIM ).









DANIEL SOTELO





Rio, 2002.

INDICE


INTRODUÇÃO.

I - HISTORIA E LIVROS PROFÉTICOS.

II - OS PROFETAS NOS SÉCULOS VIII E VII a.C.

1. Israel neste período.
2. Judá nesta época.
3. Os Profetas.
3.1. Amós e a justiça social.
3.1.1. Divisão do livro de Amós.
3.1.2. Comentários a Amós.
3.1.3. Teologia de Amós.
3.2. Oséias e o amor a Deus.
3.2.1. Divisão do livro de Os.
3.2.2. Comentário a Os.
3.2.3. Teologia de Os.
3.3. O livro do profeta I Is – 1-39.
3.3.1. Divisão do livro do I Is.
3.3.2. Comentários a I Is.
3.3.3. Teologia do I Is.
3.4. Profeta Miq
3.4.1. Divisão do livro de Miq.
3.4.2. Comentários a Miq.
3.4.3. Teologia de Miq.


III – OS PROFETAS DA ÉPOCA DO PRÉ – EXÍLIO NOS SÉCULOS VII E VI a.C.
1. Naum.
1.1. Divisão do livro de Na.
1.2. Comentários a Na.
1.3. Teologia de Na.
2. Sofonias.
2.1. Divisão do livro de Sof.
2.2. Comentários a Sof.
2.3. Teologia de Sof.
3. O livro de Habacuque.
3.1. Divisão do livro de Hab.
3.2. Comentários a Hab.
3.3. Teologia de Hab.
4. O livro de Jeremias.
4.1. Divisão do livro de Jer.
4.2. Comentários a Jer.
4.3. Teologia de Jer.
5. O livro de Baruque.
5.1. Divisão do livro de Baruque.
5.2. Comentários a Baruque.
5.3. Teologia de Baruque.


IV – OS PROFETAS DO PERÍODO DO EXÍLIO (586-538 ªC.).

l. O Livro do profeta Ezequiel.
1.1. Divisão do livro de Ez.
1.2. Comentários a Ez.
1.3. Teologia de Ez.
2. O livro do II Is (Is 40-55).
2.1. Divisão do livro de II Is.
2.2. Comentários ao II Is.
2.3. Teologia do II Is.


V – PROFETAS DO PÓS – EXÍLIO (538 a 165 a.C.).

1. O Livro de Obadias (Abdias).
1.1. Divisão do livro de Ob.
1.2. Comentários a Ob.
1.3. Teologia de Ob.
2. O livro de Ageu.
2.1. Divisão de Ag.
2.2. Comentários a Ag.
2.3. Teologia de Ag.
3. Os livros de Zacarias.
3.1. Divisões dos livros de Zac.
3.2. Comentários a Zac.
3.3. Teologias de Zac.
4. O livro do Trito Isaias.
4.1. Divisão do Livro do III Is.
4.2. Comentários ao III Is.
4.3. Teologia do III Is.
5. O livro de Joel.
5.1. Divisão do livro de Jl.
5.2. Comentários a Jl.
5.3. Teologia de Jl.
6. O livro de Malaquias.
6.1. Divisão do livro de Mal.
6.2. Comentários a Mal.
6.3. Teologia de Mal.
7. O livro de Jonas.
7.1. Divisão do livro de Jonas.
7.2. Comentários a Jonas.
7.3. Teologia de Jonas.
8. O livro de Daniel.
8.1. Divisão do livro de Dan
8.2. Comentários a Dan.
8.3. Teologia de Dan.






















INTRODUÇÃO.



A profecia no Antigo Israel tem relações com a profecia em seu entorno social e cultural tanto na Palestina como no Crescente fértil. Esta profecia de Israel pode ser dividida em profecia: clássica ou pré-exílica, exílica e pós-exílica. Podemos anda dividi-la em: profecia, escatologia e apocalíptica. Esta profecia tem várias funções dentro da literatura: anúncio, denúncia, visão, etc.

A profecia clássica teve como fundamento: o êxtase e os acontecimentos fenomênicos para fazerem seus anúncios e denúncias, casos específicos de: Elias, Eliseu, Miquéias bem Imla, Natã, etc. Estes profetas primitivos pregaram contra a corrupção, o roubo, as injustiças sociais, o próprio rei e do povo. Os profetas eram os recipientes da revelação divina.

A palavra de Deus era o seu fundamento para todo tipo de denúncia e de anúncio de salvação. Estes profetas usavam a audição, sonhos, visões e transe para anunciarem suas mensagens. Outros tinham como forma de anúncio às ações simbólicas as parábolas, as visões onde viam coisas estranhas à nossa realidade, esta forma era para mostrar a capacidade de criação do profeta e do modo que Deus se manifestava.

Deus chamava seu profeta através de uma convocação, os profetas tinham uma percepção simbólica deste chamado. Eles se autodesignaram mensageiros e profetas de YHWH. Eles transmitiam seus oráculos e seus sermões ao povo, ao rei e ao sacerdote e falsos profetas ou simplesmente a quem se dirigiam, a quem era anunciada a sua palavra.

As ações simbólicas são interessantes: um profeta é boiadeiro do sul e prega sua mensagem no norte. Outro profeta anda nu para anunciar a sua mensagem. Um outro ainda compra um terreno para fazer dele o seu túmulo. Outro fala da medida do templo que será construído. Outro fala da parábola do fazendeiro rico e com muito gado e de um pobre sitiante que possui apenas uma ovelha, o primeiro dá uma festa e antes de tomar de seu rebanho que era grande e toma a ovelha do pequeno proprietário que tem ovelhas para a sua festa. Assim por diante, temos muitas ações simbólicas anunciadas profeticamente.

Muitas destas profecias são denúncias e outras ou todas são anúncios de condenação: se houver arrependimento, haverá salvação e se não houver arrependimento haverá destruição e condenação.

Dentro desta profecia e do anúncio profético há uma relação importante para a pregação: o circulo profético. Os profetas mantiveram seus discípulos, pessoas cercadas de privilégios e estudos e prontos para assumirem as suas tarefas para que os falsos profetas, profetas profissionais ou falsos profetas que recebiam pagamentos para anunciarem a mensagem favorável ao rei ou ao sacerdote e enganavam o povo.

Os profetas tinham em mente a palavra de Deus e a sua revelação, e nada mais. Não ensinavam filosofias, nem pensavam como deviam conhecer a Deus. Mas estavam prontos para anunciarem que Deus exige a misericórdia e a justiça. Anunciavam sim que Deus é o único deus de Israel e que exige de seu povo a fidelidade. Os profetas não pregavam a moral e sim a ética dos patriarcas: Oséias, Amós, Miquéias, etc. Palavra de YHWH, e assim diz o senhor, são as expressões ou termos no original para a palavra profética destes porta-vozes da palavra – anúncio de Deus.

O Novo Testamento continuou este anúncio e denúncia adquiridos do Antigo Testamento. Apenas a Igreja nos dias atuais não segue mais o anúncio – denúncia destes profetas. Jesus é o sumo profeta, é o profeta dos profetas.






I - A HISTÓRIA E OS LIVROS PROFÉTICOS.


Na Bíblia Hebraica a divisão dos livros proféticos é diferente da Bíblia cristã, não é igual por que há diferenças enormes entre as duas. Existem algumas diferenças que devem ser ressaltadas, como:

Primeiro, a Bíblia Hebraica divide os profetas em: profetas anteriores e profetas posteriores. Nos profetas anteriores encontramos nossos livros históricos: Js, Jz, I e II Sam, I e II Rs. Nos profetas posteriores a divisão segue da seguinte maneira: Is, Jer, Ez e os doze profetas menores nosso torna-se apenas um livro. E o nosso livro de Daniel que é considerado profetas, para os judeus ele é apenas histórico.

A grande questão que permanece é: se devermos seguir ou não a linha da profecia da Bíblia Hebraica ou seguir a hermenêutica Cristã dos profetas do Antigo Testamento. Se fizermos a segunda opção perderemos mais da metade de sua significação e ficaremos somente com a sua interpretação. Porém, se tomarmos a primeira alternativa poderemos explorar o conteúdo completo da Bíblia Hebraica e a sua divisão como sempre ela foi.

O profetismo em Israel é uma copia da profecia que ocorreu na Palestina: cópia dos Cananeus, Hititas, Fenícios, Babilônicos, Acádicos, etc. Temos os achados arqueológicos que comprovam a existência destas profecias, principalmente os escritos de Ugarit.

Na Bíblia Hebraica o profeta é chamado de Nabi que vem do Acádico Nabu: proclamar, gritar, mensageiro (por analogia). Todas estas traduções estão no sentido ativo, mas no passivo pode ter o sentido de chamado de Deus. No grego a palavra correlata foi profetes que significa mensageiro dos deuses, aquele que prediz, que anuncia antes de acontecer.

Na Bíblia Grega, LXX, os profetas foram denominados de: maiores e menores. Os profetas maiores: Is, Jer, (com Lam e Baruc), Ez, e Dan. Os profetas menores: Os, Jl, Am, Ab (Ob), Jn, Mq, Na, Hab, Sof, Ag, Zac e Mal.

O profetismo na Bíblia Hebraica tem várias características essenciais: a vocação, a revelação, comunicação. Na vocação mostra realmente que o profeta é vocacionado, ninguém nasce profeta; alguns se transformaram em profetas sendo antes sacerdotes, boiadeiro, do povo, etc. No Antigo Testamento temos mulheres, o caso de Hulda, uma profetiza. Os profetas são vocacionados, tem uma missão, foram seduzidos por YHWH. Receberam uma revelação: Assim diz o senhor, Diz o Senhor, Esta é a palavra do Senhor. Recebe um sonho ou uma visão, parábola, uma mensagem a ser transmitida. Esta é a comunicação a ser feita: recebe a palavra que deve ser anunciada.

O profeta é aquele que vê, anuncia e denuncia. Assim está relacionada à vocação. Com a missão, comunicação e a revelação dada ao profeta. Os profetas podem ser divididos em: radares, aqueles que somente falavam, não escreveram nada, sabemos apenas noticias a seu respeito. Estes profetas anunciadores calavam-se rapidamente e pouco se sabe de suas atividades. Alguns escritores bíblicos colocavam em suas mensagens por que estes talvez nem foram profetas, mas receberam o nome de profetas: Miriam, Moisés, Samuel, Saul. Temos os profetas que falaram: Gad, Natã, Elias, Eliseu. Outros totalmente desconhecidos como: Aías de Silo (1 Rs 11.29-30); Semaías (1 Rs 12.21-24); Hanani (2 Cr 16.1-10); Jeú (2 Cr 19.1-3); Miquéias ben Imla (1 Rs 22) e por fim, Jaraziel (2 Cr 20.1-19).

Existem ainda os profetas anônimos. Eles foram chamados de filhos dos profetas. Estes não são os filhos próprios, mas os discípulos dos profetas, os seguidores ou grupos de pessoas que seguiam os profetas.

Os profetas escritores começam a escrever suas visões, parábolas, denúncias no século VIII a.C. Eles pregaram por escrito. Os profetas anteriores não deixaram nada por escrito. Por que começaram a escrever e não somente falar. Os profetas eram reformadores sociais. Denunciaram a corrupção, o abuso das forças dos reis, falaram do roubo e dos juízes subornados, denunciaram as injustiças sociais e econômicas, por isso não falaram, mas escreveram por medo de serem mortos, presos. As acusações dos profetas não foram apenas para os reis, sacerdotes, juízes e oficiais do templo. A denúncia é contra o povo principalmente. O povo é idolatra, adora outros deuses, vai atrás de deuses dos povos vizinhos e provocam o zelo, ciúme de YHWH.


























II – OS PROFETAS DOS SÉCULOS VIII AO IV a. C.



Os profetas deste período tiveram uma atuação preponderante. Podemos chamá-los de reformadores sociais, críticos da sociedade, revolucionários. Neste período grandes impérios formaram e queriam dominar a região da Palestina. Quem tinha a posse deste local tinha a economia mundial da época. Este era o local das encruzilhadas das rotas comerciais. Caravanas comerciais passavam por este lugar, controlaria a economia mundial, cobraria os pedágios e a cobrança de tributos. Era um local muito visado pelas grandes potencias. Os impérios lutavam entre si para controlar este lugar que era o jardim do Éden da economia, da política. Sendo assim o local foi um lugar de mistura religiosa dos poderes constituídos.

Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia eram os controladores deste local, neste período. Os reinos deste local: Judá, Israel, Síria, Moabe, Edom e Amon eram os que faziam parte deste lugar cobiçado por todos.

Os profetas criticarão estes reinos por tirarem proveito de Israel e Judá e vice-versa. Egito e Assíria enfrentavam lutas internas, os Babilônicos lutavam pelo mesmo trono. Assim Israel e Judá estavam livres do confronto, pelo menos por enquanto, estes paises resolviam seus problemas internos.

1 - ISRAEL NESTE PERÍODO.

O reino de Israel começa com a divisão do reino na sucessão ao trono de Salomão com Roboão e Jeroboão I. jeroboão II (783 – 743) foi o grande rei que ampliou seus limites. Ele foi maior na dinastia de Jeú. O Norte teve prosperidade comparada com Davi e Salomão. Com a grande riqueza concentrada nas mãos de poucos, os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. Os camponeses endividados, empregados e escravos, hipotecas e Dívidas, latifundiários, taxas e impostos.
Na Assíria o reino tem como chefe, Tiglate Falasar III (754-727 a.C.). ele é um ditador militar e cria um império e começa a dominar tudo no Antigo Oriente. Podemos ver tudo isto em II Rs 15.8-16, o filho de Jeroboão II. Zacarias foi morto por Salum, que também foi morto por Manaem. O rei Assírio entre 743-738 invadiu Israel e obrigou a pagar tributos pesados (II Rs 15.19-20). Com a morte de Manaem, o seu filho Faceias sobe o trono (738-737), dois anos de reinado ele é assassinado pelo filho de Romelias (737-732 em II Rs 15.25).

Facéias de Israel e o rei de Damasco, Rasin, se juntam e provocam o Egito, fazem um acordo para sair do poder dos Assírios, invadem Judá que era aliado dos Assírios. Acaz rei de Judá, pediu auxílio ao rei Assírio. Este vem e destrói Rasin e invade Israel. Após as derrotas de Damasco e Israel, Faceias se rebela e é morto por Oséias, filho de Ela (II Rs 15.30). Oséias, que não é o profeta, é o último rei de Israel entre 732-723, reinando apenas 9 anos e pagador de tributos à Assíria e Salmanazar V (727-722), sucessor de Tiglate Paleser, que invade Israel, sitia a cidade de Samaria, e seu filho Sargão II (722-705) destrói e acaba com o reino do Norte - Israel, leva os exilados para a Assíria e assim acaba com o reino de Efraim.

2 - JUDÁ NESTA ÉPOCA.

No século VIII também Judá prosperou e Azarias ou Ozias (781-740) reinou tranqüilo. Ele domina seus vizinhos Filisteus a Amonitas, constrói fortalezas em Jerusalém, reforma o exercito, a agricultura (II Cr 26). Teve a doença da lepra e é ajudado por Jotão. Quando terminava seu governo houve a invasão da Assíria no Norte. Azarias morre e assume no seu lugar Jotão (740-736) e depois Acaz aos 20 anos assume o trono (736-727), neste período começa a guerra Siro-Efraim registrada pelo profeta Isaias (Is 1-39).

Facéias, Damasco, Gaza, Tiro e Sidon se alia contra os Assírios e Judá entra em acordo. Acaz porem pede ajuda aos Assírios que derrota Damasco, invade Israel e salva Jerusalém e Judá se torna vassalo dos Assírios, perde um pedaço do território para Edom, paga tributo. Morre Acaz no ano que morreu Tiglate Paleser. Assume o trono em seu lugar Ezequias (716-697), era garoto quando isto acontece, um grupo governa em seu lugar e depois ele assume o trono, faz a reforma social e religiosa, acaba com o paganismo em Judá, reinicia o culto, restabelece os levitas (II Rs 18.4 e II Cr 29-31).

Em 705, após a morte de Sargão e das reformas políticas, Ezequias se revolta contra a Assíria com o apoio do Egito. Senaqueribe que sucede Sargão II invade Judá e conquista muitas cidades de Judá. O rei Assírio volta para sufocar as revoltas em seu país. Em II Rs 19.35 fala do poder divino para libertar Judá dos Assírios, porem Ezequias paga tributos a Assíria. Isto podemos ler em II Rs 18.14. Os profetas nesta época que atuaram com suas críticas pesadas a Judá:Isaias e Miquéias.

Com a morte de ezequias, Manasses seu filho sobe ao trono com 12 anos (697-642), acaba com a reforma religiosa, abole tudo e edifica templos e altares a ídolos. Em II Rs 21 fala desta idolatria. Amon filho de Manasses o sucede (642-640), os seus ministros o matam. Isto vemos em II Rs 21.19-26. O povo da terra, chefes de latifúndios, coloca Josias, filho de Amon no trono e estes mesmos governam (640-609). Com 18 anos Josias começa a reinar. II Rs 22.1-3 fala destes fatos. Quando Josias reinava, morre Assurbinapal, a Assíria decai e surge uma nova ameaça no horizonte político. A Babilônia se organiza. Judá começa a reforma religiosa e Josias em 622 proclama esta reforma.

Acaba, Josias com templos e altares de ídolos, restaura as leis religiosas. Enfatiza a Páscoa, reforma o templo de Jerusalém, acha o livro da lei, parte do livro de Dt (II Rs 23.4-24 e II Cr 34-35). O rei Josias é ajudado na reforma pela profetiza que conhecemos no A.T. com o nome de Hulda (II Rs 22.14-20) e por Sofonias.

Em 614, a Babilônia derrota a Assíria e é a nova dona de todo império do Oriente. Josias é derrotado na famosa batalha com os Egípcios em Megido em 609 (II Rs 23.29ss). O filho de Josias que assume o trono é Joacaz que perde o trono com Neco II (II Rs 23.31-33) que coloca o seu irmão Eliaquim em seu lugar e muda seu nome para Joaquim (609-598 em II Rs 23.34) e este se torna escravo do Egito. Este rei foi muito mau, sem crença e déspota.

Em 605, Nabucodonosor ameaça e derrota o Egito. Em 603 o rei judaita Joaquim paga tributos à Babilônia. Em 598 a Babilônia vai para a Palestina e o rei Nabucodonosor está perto de Judá. Joaquim morre e Jeconias (Joiaquim) sobe ao trono em 598. o rei Babilônico cerca e abre brechas em Jerusalém, Jeconias reina 3 meses, é preso e levado para o exílio (II Rs 24.10ss).

No lugar de Joiaquim, Nabucodonosor colocou o filho de Josias, Matanias e dá o nome Zedequias (598-587 em II Rs 24.17). este rei está sob controle da Babilônia (Ez 17.13-21). O rei é mal visto pela população. Em 588 recusa pagar os impostos devido à Babilônia. O rei Babilônico ameaça e em Janeiro de 587 cerca Jerusalém e em 19 de julho, Jerusalém é tomada, o rei judaita tenta fugir e é preso. Nabucodonosor mata todos os seus descendentes, fura os olhos do rei e o manda para o exílio (II Rs 25.7). As muralhas de Jerusalém e o templo são destruídos, as casas incendiadas, roubados os tesouros do templo (II Rs 25.9-10). O profeta Jeremias é o anunciados desta época difícil de Jerusalém.

3 - OS PROFETAS.

3.1 - AMÓS E A JUSTIÇA SOCIAL.

Este profeta é um enigma, não é profeta, vidente nem filho de deles. Diz que era de Técoa perto de Belém, era judaita que prega sua mensagem no reino do Norte na época do rei Jeroboão II, durante o ano 750 a.C. ele se autodenomina de pastor (Am 1.1), é um boiadeiro e catador de frutos sicômoros (Am 7.14), não se sabe se era o dono ou empregado do dono do rebanho. Ele é um camponês, mas conhece profundamente os problemas sociais, políticos e econômicos contra Jeroboão II. Ele deve ter pregado poucos meses, como aparece, ele desaparece, sendo expulso de Betel pelo sacerdote Amazias (Am 7.10-13), não sabemos que fim ele teve. Os rabinos contam uma lenda que ele foi morto pelo filho do sacerdote Amazias. Outra estória, diz que ele voltou para os campos de Técoa.

O profeta prega contra as injustiças sociais. A prosperidade do reino do Norte trouxe também miséria, pobreza, roubo, suborno, juizes corruptos. A sua pregação é contra estes. Israel é corrupto (7.7-9), é um cesto de figos estragados (8.1-2), a exploração do pobre e o latifundiário estão em contraste.

Os corruptos são alvos da mensagem do profeta (2.6-7), os comerciantes ladrões (8.4-8), os palácios estão cheios de roubos e violência (3.9), extorsão (2.8; 5.11), o luxo (2.15; 6.4-6). Os poderosos oprimem os fracos (8.4-6), torcem o direito dos pobres (5.7; 6.17). as festas e celebrações enojam YHWH, mas ele quer justiça e misericórdia (5.21-24); o país está em ruína (9.1ss). tudo isto está sob a ameaça de Sargão II da Assíria. O Profeta não prega a condenação, mas a salvação (5.4), Deus não deve ser buscado e sim praticado a justiça (5.14-15).

3.1.1 Divisão do livro de Amós.

Am 1.1 – Visão



Am 9.15 – Restauração de Israel





Am 1.1-2.5 – Denuncias contra os povos vizinhos de Israel

Am 2.6-16 – Denuncia contra Israel

Am 3.1-6.14 – Denuncias e ameaças

Am 7.1-9.10 – Visões





Am 2.4-5 – Denuncia contra Judá
Am 2.6-16 – Denuncia contra Israel
Am 3.1-15 – Castigo contra Israel
Am 4.1-3 – Castigo às mulheres de Israel
Am 4.4-13 – Israel está cego espiritualmente


Am 5.21-27 – Praticai ai justiça e não sacrifícios
Am 6.1-14 – Corrupção e destruição de Israel
Am 7.1-9 – Visões: gafanhotos, fogo e prumo
Am 7.10-17 – Acusação ao profeta de conspirar
Am 8.1-3 – Visão do cesto de fruta
Am 8.4-14 – Israel será destruído




3.1.2 Comentários a Amós.

O livro do profeta Amós é diferente em vários sentidos. Ele é composto literalmente com parábolas, relatos narrativos, poemas. É uma coletânea de vários autores, teve uma revisão e correção literária dos escritos Dtr onde as profecias têm os relatos de seus cumprimentos. As revisões são intencionais. A perspectiva de dissensão sobre se ele é profeta – nabi e vidente – roeh, ou anunciador – hazah. Algumas vezes fica evidente que ele não é nada disto, mas um pastor e coletor de frutas do sicomoro. O que fica claro sobre o profeta Amós é que ele denuncia a corrupção, o roubo do rei, das elites, das mulheres ricas de Samaria. Ele denuncia os juizes corruptos que distorce o direito em favor de quem pague mais. Ele denuncia o sacerdote por idolatria e o profeta por anunciar coisas boas e que acontecerá a desgraçar a todos.

3.1.3 Teologia de Amós.

Ele é enviado de Javé, mensageiro ou arauto de Deus. Amós não usa o auto morfismo, acusa polemicamente o paganismo do estado e o sincretismo do templo. Juntamente e contemporâneo de Oséias, denuncia as nações vizinhas de roubo e corrupção. Condena o reino do Norte, prega contra Jeroboão I, e o templo de Gilgal. Anuncia o juízo de Israel e seu povo por causa das injustiças cometidas em todos os níveis: social, econômico, político e religioso.

Amós usa muito as expressões: justiça – mishpat e misericórdia – tsedeqah. A corrupção da justiça é o tema central de Amós. A ética é a da corrupção que o profeta condena. O profeta critica a classe dirigente do povo do Norte: rei, sacerdote, juizes e elite. Mas fala do pobre, do órfão e da viúva, os oprimidos, humildes.

O profeta critica culto oficial e a teologia do rei e sacerdote. Os fieis não buscam mais a Deus. O povo é culpado pois ajuda a legitimar a ordem estabelecida pela classe alta. Mas virá o juízo, a tribulação, derrota e a catástrofe final. Assim mesmo (na correção Dtr) a salvação virá.

3.2 - OSÉIAS E O AMOR DE DEUS.

Os três primeiros capítulos do livro do profeta Oséias falam do amor incondicional. Amar uma prostituta como Deus ama Israel. Este profeta é bem desconhecido, pouco se sabe sobre ele. Filho de Beeri e esposo de Gomer e pai de filhos com nomes estranhos. Não se sabe se era do Norte ou do Sul, mas que atua no Norte. É posterior a Amós. Estes dois profetas atuam pregando no Norte e somente no Norte.

Os capítulos 1-3 falam de Gomer a prostituta, de três filhos (2 meninos e 1 menina): Jesreel (Deus planta), Lo Ruamah (não amado), e Lo Ami (não povo). A prostituta não tem marido, mas vários, porem o profeta à ama intensamente. Podemos imaginar o simbolismo e a ficção literária, ou a verdade absoluta, depende da experiência matrimonial do profeta para mostrar as relações de YHWH e seu povo, Deus fiel e povo infiel.

Este profeta agiu entre a pregação de amor e o fim do Reino do Norte (entre 740 e 722 a.C.). Oséias atua no crepúsculo de Jeroboão II e Amós em sua prosperidade.

Os últimos discursos de Oséias são do ano de 725 antes da queda de Samaria. A mensagem de Oséias é contra as injustiças sociais, políticas, econômicas e religiosas. O profeta prega contra a corrupção, o culto formal e a idolatria. Isto pode ser visto em Os 5.6; 6.6; 8.1-13. O profeta prega contra o que se praticava em Israel e no culto no templo em Betel. Oséias fala da salvação, do amor de YHWH a seu povo. O seu casamento é para mostrar que o amor de Deus é maior que amor do homem.

O povo não corresponde este amor de Deus e procura outros deuses e se prostitui com outros cultos. O profeta quer mostrar que este culto a outros deuses, esta idolatria, é prostituição e adultério. O povo infiel será abandonado, se procura Baal que é deus da prostituição e da fertilidade dos Cananeus, este mesmo Baal não é capaz de salvar seu povo. Somente YHWH poderá salvar a Israel. Para o profeta a história de Israel não é de salvação, mas de destruição, de adultério e rebeldia.

Se Israel foi retirado do Egito, salvos por YHWH, peregrinaram pelo deserto, ao possuir a terra viveram em comum com os Cananeus. Os Israelitas eram pastores e os Cananeus eram agricultores. Israel deixa o pastoreio aos povos e se tornam agricultores.

Para o profeta o culto a Baal é uma prostituição, pois YHWH é o único e verdadeiro Deus. O castigo de Deus virá, como fora peregrinos no deserto, irão de novo para o deserto. Israel é as uvas verdes e azedas do deserto. O zelo, ciúme e cólera de YHWH virão. Apesar da idolatria, injustiça, prostituição e pecado, Deus continua amando seu povo. Deus é um pai que ama e pune seu filho por seu erro cometido.



3.2.1 Divisão do livro de Oséias.

Os 1.1-2.1 – Matrimonio de Oséias
Os 2.2-2.3 – Povo infiel e Deus fiel


Os 4.1-19 – Corrupção de Israel
Os 5.1-14 – Repressão contra o sacerdote e principais
Os 5.15-6.11 – Conversão
Os 7.1-16 – Impiedade dos reis e dos príncipes
Os 8.1-44 – O castigo virá
Os 9.1-17 – Israel será castigado
Os 10.1-15 – Israel será destruído


Os 12.1-14 – Jacó e o povo de Israel
Os 13.1-16 – Castigo
Os 14.1-8 – Promessa de perdão



3.2.2 Comentário a Oséias.

O livro de Oséias tem duas introduções e parece que houve dois casamentos com a mesma ou duas mulheres. Os relatos sobre os matrimônios estão em Os 1.1 a 2.1 e o ato simbólico em Os 2.2-2.3. O livro pode ser dividido em duas partes essenciais: a primeira narrativa matrimonial como a infidelidade a Deus e depois a bondade de Deus 3.1-5; o amor de Deus e o povo ingrato 11.1-11 e a última tentativa de Deus para salvar o seu povo 14.1-8 com a promessa de perdão e o chamado final 14.9. Nomeio destas narrativas temos a corrupção 4.1-19; a impiedade dos reis 7.1-16, o castigo a Israel 8.1-14, a conversão 5.15-6.11 e o castigo final 13.1-16.

Podemos notar que houve uma remodelação na composição do livro de Oséias que era um livro de condenação de Israel para a salvação de Israel.

3.2.3 Teologia de Oséias.

Em ambas narrativas o escrito do livro de Oséias e o relato final conservaram a idéia de uma profecia de salvação de conversão e do amor de deus para com seu povo. O amor de deus é incondicional, mas o seu zelo ou ciúme é total. Oséias mostra o amor de Deus, a sua bondade, misericórdia, mas o povo continua infiel, ingrato e pecador. A promessa de Deus a Jacó não faz parte do passado, mas está presente nesta situação real de perigo e desastre do povo.

O povo continua a pecar, é como uma prostituta à procura de homens, Israel está à procura de deuses. O anuncio do profeta é para a conversão, ainda há tempo, mas Israel será castigado, punido e destruído. O erro está na elite, sacerdote, reis e príncipes são os maiores pecadores, os religiosos são culpados e levam o povo à cegueira e à destruição. Há a promessa de perdão e um convite final de arrependimento é feito, mas o povo não quer ouvir, um resto se salvará apenas.


3.3 - O LIVRO DO PROFETA ISAIAS I (1-39).

Isaias de que estamos falando é de Isaias histórico que vive no sul, atua no sul, mas acompanha o final do Reino do Norte. Vive entre 740 a 701 a.C. O livro de Isaias é o maior da Bíblia, tem 66 capítulos. Este livro tem três profetas: 1-39 o profeta Isaias, 40-55 um discípulo seu e 56-66 um discípulo do discípulo. Este Is 1-39 viveu no século VIII a.C. O outro vive na Babilônia e por fim o último viveu n período pós-exílico. Chamaremos de Is I, Deutero ou Segundo Is, e o Trit. ou Terceiro Is.

Isaias nasceu em Jerusalém cerca de 760, durante o governo de Ozias (Azarias) entre 781-740, era filho de Amós, não o profeta do mesmo período. Talvez o profeta Isaias era descendente do rei Amazias (II Rs 14.1-20) e é vocacionado no ano 740 e com 20 anos de idade (Is 7) e casado talvez sua mulher foi uma profetiza, os seus filhos “um resto volverá” (Sear-Jasub) e “pronto já que é o rápido despojo” (lemaher shalal hash baz). Estes nomes são símbolos e pode referir à queda de Israel (Is 8.1e3). O profeta tinha uma personalidade nele marcante (descrição, energia e firmeza).

Nenhuma dificuldade o asolava, a sua ação era contra o rei e os sacerdotes, falou contra a classe alta, atacou com os professores e dominantes: reis, juizes, sacerdotes, fazendeiros, latifundiários. A sua mensagem zombava mulheres altivas. A sua morte deve ter ocorrido em 701 a.C., sendo talvez martirizado pelo rei Manasses, que mandou que o cortasse pelo meio com uma serra.

A sua mensagem é como a sua vocação: a grande experiência com Deus, santidade de Deus, Deus de Israel, Todo Poderoso e Ele está bem perto do povo. Ele prega contra as injustiças sociais, a oposição dos fazendeiros contra os agricultores e pastores. Fala do culto idolatra e sem vida (Is 1.16-17; 3.16-24; 5.1-24; 10.1-14). Fala de Sião, a cidade santa, do povo eleito, Davi é o rei eterno. Fala da fé e da santidade. Ele critica ao rei Acaz que se apóia no rei Assírio e não em YHWH, fala de Ezequias que se alia ao Egito e não a Deus, crer é mais importante que construir menos em Jerusalém (7.3-4), Is 19-31 são criticas as alianças de Judá, aliança significa idolatria, fé em Deus não é no rei e as alianças.

Os reis não ouviram nem a Deus nem ao profeta. Em 701 Jerusalém foi salva pelo milagre (Is 36-37). Mas estes não dão ouvido ao que vai ocorrer, o desastre nacional que o profeta não chegou a ver, nem Acaz e Ezequias. O profeta prega que um resto de povo eleito se salvaria, pro que se manteria fiel e seriam tragos do exílio para continuar na cidade santa, na cidade de Davi.

3.3.1 Divisão do livro do profeta Is I.

Is 1 – Vocação
Is 6 – Vocação

Is 7 – Renovo

Is 24-27 – Apocalipse
Is 38-39 – Cântico e embaixada.

O livro do profeta Isaias pode ser dividido em três partes: a parte narrativa em Is 1-39; a parte poética em Is 40-55; e a parte escatológica 56-66. Esta primeira parte de Is 1-39 reflete a guerra do Norte – Israel contra os Assírios; a segunda parte reflete a guerra contra Nabucodonosor; e a terceira parte a reconstrução do templo, da cidade de Jerusalém. Podemos dividir o livro primeiro em sua formação.

1a divisão:

Is 1.1: Visão de Isaias, filho de Amós, o vidente sobre Judá e Jerusalém.
Is 2.12: A palavra de Isaias.
Is 13-23: A resposta.
Is 24-27: O apocalipse de Isaias.
Is 28-35: A reclamação do profeta e o seu chamado.
Is 36-39: A oração do profeta em Is 38.9-20 em relação com II Rs 18.13,17,20.

2a divisão:

Is 1.2-20,29-31 – Pecado e catástrofe.
Is 1.21-26 a 2.1-5 – Reconstrução.

Is 2.6-4.1 – Pecado e catástrofe da nação.
Is 4.2-6 – Reconstrução.

Is 5.1-8.23a – Pecado e catástrofe.
Is 8.23b- 9.6 – Reconstrução.

Is 9.7-10.19, 28-34 – Pecado.
Is 10.20-27 a 11.1-16 – Reconstrução.



3a divisão:

1.
Is 1.2-31 – Filhos – Israel – Direito e Justiça, 2.1-5 – Jerusalém e Sião.
Is 2.6-22 – Rompido o orgulho dos homens.
Is 3.1-15 – A justiça de Deus.
Is 3.16-4.1 – Julgamento das filhas de Sião.
Is 4.2-5 – Jerusalém e Sião.
Is 5.1-7 – A infidelidade – Israel – e o direito à justiça.
2.
Is 5.8-24 – Tristeza e chamado.
Is 5.25 – A ira do Senhor.
Is 6 – Visão do profeta.
Is 7 – Anúncio contra Israel e a Síria.
Is 8 – Invasão Assíria.
Is 9.7-20 – A ira do Senhor.
Is 10.1-3 (4) e 10.5-19 – Tristeza e chamado.
3.
Is 10.20-27 – O resto de Israel.
Is 10.28-34 – A vinda do Senhor.
Is 11.1-16 – O resto do povo de Israel fiel.
4. - Agradecimento com cântico de louvor.
5. - Resposta:
Is 13.1-22 – Babel.
Is 14.4-23 – O rei de babel.
Is 14.24-27 – Assíria.
Is 14.28-32 – Filistia, a datação 14.28.
Is 15.1-16.4 – Moabe.
Is 17.1-11 – Israel.
Is 17.12-14 – Assíria.
Is 18.1-7 – Cush - Etiópia.
Is 19 – Fuga para o Egito.
Is 20.1-6 – Egito e Etiópia.
Is 21.1-10 – Babel.
Is 21.11-12 – Edom.
Is 21.13-17 – Arábia.
Is 22.1-4, 15-19, 20-25 – Jerusalém.
Is 23.1-18 – Tiro e Sidon.
6. - Apocalipse de Isaias.
7.
Is 28.1-29 – Tristeza sobre Efraim.
Is 29.1-14 – Tristeza sobre Ariel.
Is 29.15-24 – Tristeza sobre o povo.
Is 30.1-33 – Tristeza sobre os filhos.
Is 31.1-32.20 – Tristeza sobre Jerusalém.
Is 33.1-35.1 – Tristeza sobre a cidade devastada.
8.
Is 36.1-3 – Senaqueribe invade Judá.
Is 36.4-22 – Afronta ao Senhor a Ezequias.
Is 37.1-7 – Ezequias procura o profeta.
Is 37.8-13 – Carta do rei da Assíria.
Is 37.14-20 – A oração de Ezequias.
Is 37.21-35 – O profeta condena o rei.
Is 27.36-38 – A destruição aos Assírios.
Is 38.1-8 – A doença do rei e o milagre.
Is 38.9-22 – Cântico do rei Ezequias.
Is 39.1-8 – A embaixada de Judá na Babilônia.





Is 1.39 (J. Blekinsopp)


Is 1.2-3.1 – O grande Arranjamento.

Is 2.2-5 – A peregrinação das nações a Sião.
Is 2.6-22 – O juízo final.
Is 3.1-15 – Caos social e moral.
Is 3.16-4.1 – O destino dos senhores da corte.
Is 4.2-6 – Após o juízo, paz e segurança.
Is 5.1-4 – O cântico da vinha.
Is 10.1-4 e 5.8-24 – A série dos oráculos.
Is 9.7-20 e 9.8-21 e 5.25 – O poema da angústia de Deus.
Is 5.26-30 – Assíria está pronta para o ataque.

Is 7.1-17 – A primeira intervenção de Isaias na política judaica (734 a.C.).
Is 7.18-25 – Desastre de guerra.
Is 8.1-4 – O filho com o nome despojo.
Is 8.5-10 – Judá será submetida.
Is 8.11-15 – Isaias e os seus co-conspirados.
Is 8.16-22 – A reflexão.
Is 8.23-9.6 (9.1-7) – Novo governador, nova era.
Is 10.5-14 – Assíria, a minha angústia.
Is 10.15-19 – Resposta profética a mistura Assíria.
Is 10.20-27a – Três comentários editoriais.
Is 10.27b-34 – Os inimigos.
Is 11.1-9 – O reino pacifico.
Is 11.10-16 – O povo remido.
Is 12.1-6 – Hino de agradecimento.

Is 12.1-2 – Comentário Editorial.

Is 14.24-27 – O fim do império Assírio.
Is 14.28-32 – Oráculo pronunciado sobre os Filisteus.
Is 15.1-16.14 – Oráculos contra Moabe.
Is 17.1-11 – O destino da Síria e Israel.
Is 17.12-14 – O fim político da opressão.
Is 18.1-7 – Contra a aliança contra o Egito.
Is 19.1-15 – O destino do Egito.
Is 19.16-25 – Seja abençoado meu povo no Egito.
Is 20.1-6 – O ato final.

Is 21-11-17 – Oráculos contra os povos Árabes.
Is 22.1-14 – O vale da visão.
Is 22.15-25 – Palácios oficiais condenados.
Is 23.1-18 – Contra a Fenícia.
Is 24.1.13 – A ira de Deus.


Apocalipse
de Isaias


Is 27.7-13 – O destino da cidade e do povo de Deus.
Is 28.1-13 – A queda de samaria e seus lideres.
Is 28.14-22 – A morte.
Is 28.23-29 – A parábola do bom fazendeiro.
Is 29.1-8 – Ariel o reverso da fortuna.
Is 29.9-14 – Tristeza do povo.
Is 29.15-24 – As limitações da política.
Is 30.1-5 – A destruição da aliança com o Egito.
Is 30.6-7 – Animais do Negev.
Is 30.8-14 – Escreva para a posteridade.
Is 30.15-17 – A morte desastrosa.
Is 30.18-26 – Misericórdia.
Is 30.27-33 – Fim da Assíria.
Is 31.1-10 – Aliança com o Egito é um desastre.
Is 32.1-8 – O reino justo.
Is 32.9-20 – Choro, mas não para sempre.
Is 33.1 – O tirano condenado.
Is 33.2-6 – Salmo de petição e oração.
Is 33.7-13 – Cena social e desastre físico.
Is 33.14-16 – O catecismo.
Is 33.17-24 – Futuro sem medo.
Is 34.1-17 – espada sobre Edom.

Is 36.1-37.38 – Jerusalém ameaçada e resgatada.
Is 38.1-22 – Doença de Ezequias.





Is 1-39.

Is 1.1 – Visão de Isaias.


1a divisão.


Is 36-39 – Oração do profeta (ver II Rs 18.13; 17-20).







Is 1.2-20 – Pecado e catástrofe.




2a divisão. Is 24-27 – Apocalipse de Isaias.




Is 39.1-8 – A embaixada de Judá na Babilônia.




3.3.2 Comentários a Is 1-39.

Is 1.
Is 1.1 – o termo que ocorre neste verso para visão é diferente do verbo ver: hazah de roeh. Há um enquadramento da história em que foi dito esta palavra do profeta. Menciona os reis do norte e do Sul, o profeta e seu pai.
Is 1.2 – está em conexão com o anterior – ouvir em relação ao ver.
Is 1.3 – mostra que o povo de Israel não conhece o seu Deus, mas o boi conhece o seu dono.
Is 1.4 – pecado e corrupção, blasfêmia e abandono ao Senhor de Israel. Há o pedido de conversão.
Is 1.5-7 – mostra situação deplorável do povo, doença, feridas, destruição aos pecadores.
Is 1.8 – a cidade será sitiada.
Is 1.9 – Sodoma e Gomorra aparece aqui para ilustrar o resto de Israel, os que permanecem fiéis.
Is 1.10 – está ligado ao verso 9.
Is 1.11 – muito sacrifícios nada adiantará, Deus se encheu das festas e luas novas.
Is 1.12-17 – continua o anterior. O que importa é fazer o bem, praticar a justiça, ajudar os pobres e necessitados.
Is 1.18-20 – fala do pecado e do perdão, da pureza e da purificação, vermelho-sangue se torna o branco-limpo; quem estiver assim viverá muito na terra, mas quem se recusar, morrerá.
Is 1.21-31 – há uma critica velada às injustiças praticadas dentro das portas de Jerusalém. Portanto, de mudança de conversão, da pratica da misericórdia e da justiça na cidade. Deus não deixara que as injustiças proliferassem, mas atuará mão firme e poderosa. O verso 27 mostra isso. A justiça de Deus é mais forte que a injustiça humana, o forte será enfraquecido e os injustiçados serão justificados.

Is 2.
Is 2.1 – este verso repete o verso de 1.1 – visão e a palavra que vem ao profeta contra Judá e Jerusalém.
Is 2.2 – mostra que todos os povos afluirão à Casa do Senhor, no Monte Santo de Sião, e continua no verso 3 onde encontramos neste livro profético a citação de um Patriarca-Jacó.
Is 2.3 – isto demonstra a questão da justiça de Deus.
Is 2.4 – fala da justiça e da paz, da não guerra.
Is 2.5 – aqui está uma convocação à casa de Jacó e a luz do Senhor.
Is 2.6 – fala das nações e da prática da adivinhação, da corrupção e da associação dos filhos de Israel com estranhos.
Is 2.7-8 – neste trecho encontra-se a condenação da idolatria.
Is 2.9-11 – Deus em sua glória e majestade acabará com todas as pretensões humanas.
Is 2.12-18 – mostra que o Dia do Senhor será terrível contra os homens soberbos, os ídolos serão destruídos, a arrogância será abatida.
Is 2.19.22 – este trecho continua dando ênfase para a glória de Deus e a soberba do homem sendo rompida por Deus, isto se parece com o Salmo 8.

Is 3 – 5.
II Is 3.1-4.1 – mostra que Judá e Jerusalém serão julgadas, que as filhas altivas de Sião serão destruídas, que não haverá opressores, haverá sim, uma luta de gerações – crianças contra velhos, o mal sobressaindo. Tudo isto acontecerá para seja evidenciada a glória e o poder de Deus.
II Is 4.2-6 – a expressão que encontramos aqui é muito importante: o renovo, talvez seja uma menção daquele que salvará Israel, a nova criação de Deus no verso 5, será a salvação que virá em tempos vindouros e se cumprirá no Novo Testamento.
II Is 5.1-7 – esta parábola também é denominada de cântico da vinha, mas esta vinha não serve para nada. Este texto refere-se a Israel e Judá ainda no deserto, podemos ver isto em Oséias, a vinha deveria dar bons frutos, mas produziu uvas azedas.
II Is 5.8-30 – a preocupação com as fortunas e o despojamento destes que se enriqueceram não se sabe como. Os versos 8, 11, 18, 20, 21, 22 contêm vários aís do profeta contra os maus, injustos, perversos: a destruição será iminente de todos.

Is 6.
Is 6.1 – contem o chamado e vocação do profeta como em 1.1 e 2.1.
Is 6.2 – aqui ocorre uma narrativa sobre o aparecimento de Serafins na vocação de Isaias.
Is 6.3-5 – a aclamação tríplice de santo: a palavra Qadosh, que também significa puro, limpo, somente aquele que é Santo pode entrar no Templo, para estar na presença do Senhor, a terra está cheia de sua glória. Isto vai ser mostrado nos versos seguintes 4 e 5.
Is 6.6-8 – aparece de novo os Serafins e a purificação dos pecados, o perdão e o chamado do profeta. Eis-me aqui, envia-me a mim.
Is 6.9-13 – há uma ordem explicita: vai e diz. A expressão dura de que o povo tem ouvido e não ouve e olhos e não enxergam, e mais dura é a palavra de Deus: vai e torna este coração deste povo insensível, fechar os olhos e endurecer os ouvidos, para que todos fossem destruídos, mas que um resto deveria ser salvo se permanecesse fiel, mesmo que fosse o toco e a semente para dar brotos.

Is 7.
Is 7.1-9 – a guerra entre o Sul e Norte e a Síria contra Jerusalém, a preocupação de Acaz por esta atitude do Norte. Um - resto - voltará será convocado para ficar arrasados e não existiriam mais.
Is 7.10-16 – o pedido, o não pedido e a promessa do Emanuel, aqui encontramos uma das maiores discussões acerca do termo Almah: virgem ou moça, diferente de betulah: eis a questão. Seguindo o Salmo 46.1 e I Cr 15.20 a maioria dos tradutores opta por jovem, mulher jovem.
Is 7.17-25 – o v. 17 mostra o pecado da separação de Efraim, o Reino do Norte e Judá. Os instrumentos da ira de Deus serão as moscas (Egito) e as abelhas (Assíria), estes invadirão e destruirão Efraim (v.18); fala da invasão Assíria que acontece a poucos anos depois em 722 a.C. (v19-22); a invasão será desastrosa; os campos serão destruídos, os animais mortos, o campo produzirá espinhos somente.

Is 8.
Is 8.1-3 – mostra a invasão por parte da Assíria as testemunhas deste acontecimento – rápido-despojo-presa-segura.
Is 8.4-7 – mostra que as riquezas serão despojos do rei da Assíria e a destruição virá do Eufrates.
Is 8.8-10 – aqui ocorre o nome Emanuel: há duas versões para este nome. Pode-se traduzir por Deus conosco: Emanu-el ou Deus está conosco: Ema-nu-el como ocorre no v. 10.
Is 8.11-13 – o termo Senhor dos Exércitos: YHWH Tsebaoth é muito importante, santidade outro termo que já ocorreu na vocação do profeta.
Is 8.14-15, Deus é o santuário, pedra de tropeço para Israel e Jerusalém.
Is 8.16-18, estes versos são composto como hinos-testemunhos e lei-esperar e aguardar sinais maravilhas a Israel e a Sião.
Is 8.19-22 – mesmo que se consulte aos adivinhos e necromantes, a situação do povo não será mudada. A fome e a miséria virão aos pecadores – trevas, escuridão, sombras, ansiedade, opressão, tomara conta do povo, a não ser que a lei seja colocada no coração, senão verá o amanhecer.

Is 9.
Is 9.1-2 – a geografia deste verso é interessante – terra de Zebulom e terra de Naftalí, aflição e escuridão serão transformadas em glória de Deus. O povo que andava em trevas verá uma grande luz (Jô 1.17-18), ele não era a luz, mas para que testemunhasse a luz.
Is 9.3-5 – o texto mostra a alegria, a colheita grande, e os despojos, a libertação do julgo, da opressão dos midianitas, será acabada a guerra.
Is 9.6-7 – Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz será as atribuições do menino que nascerá, que governará, a paz da descendência do trono de Davi, juízo e justiça e a qinah – em hebraico pode ter o sentido de ciúme, zelo do Senhor.
Is 9.8-10 – palavra contra Jacó (Reino do Norte, Efraim, v.9); sua soberba e grandeza são os pecados de Efraim.
Is 9.10-11 – a destruição de Samaria através da ação de Rezim.
Is 9.12-16 – os Sírios e filisteus destruirão Israel, porque continuaram em pecado e não buscaram o Senhor, porque os guias dos povos são enganadores.
Is 9.17-21 – a maldade do povo e a ira do Senhor, luta de irmão contra irmão são os acontecimentos descritos neste trecho.

Is 10.
Is 10.1-4 – mostra as injustiças, opressão, o direito-torcido, todos serão levados ao cativeiro.
Is 10.5-9 – o anuncio do profeta sobre a destruição dos opressores: a Assíria.
Is 10.10-12 – o poder de Deus atingirá todas as nações e ate mesmo samaria e Jerusalém, todos serão castigados como a Assíria.
Is 10.13-16 – a arrogância e o poder da nação serão reduzidos a nada.
Is 10.17-19 – tudo será feito por Deus para que Israel seja manifestado em sua glória.
Is 10.20.22 – a idéia de resto acontece aqui de novo – o remanescente, aquele que permanece fiel.
Is 10.23-26 – o Senhor dos Exércitos destruirá os inimigos de Israel: Israel não temer, esta é a ordem de Deus.
Is 10.27-32 – aqui ocorre uma relação de nações que serão reduzidas a nada.
Is 10.33-34 – fala da destruição que o Senhor fará contra as nações mencionadas, inclusive o Líbano.

Is 11.
Is 11.1-5 – há uma menção do rebento, do renovo, do Espírito, mas encontramos também referências à justiça, os pobres, igualdade, os mansos da terra e ao que pratica a injustiça será eliminado da face da terra.
Is 11.6-10 – mostra neste trecho - a paz, a ecologia, a reversão dos valores, os animais ferozes habitarão juntos - a menção ao rebento de Jessé.
Is 11.11-16 – a idéia de resto retorna novamente a dominar o texto isaiano; do Oriente e do Ocidente, todas as nações virão ver e contemplar a glória de Israel e do rebento de Jessé.

Is 12.
Este trecho é um cântico de louvor, de agradecimento porque Deus retirou a sua ira, que Ele é salvação – portanto deve-se invocar o seu nome, sua obra é grandiosa, o santo está em nosso meio.

Is 13.
Is 13.1-5 – mostra o chamado do profeta para anunciar a destruição da Babilônia.
Is 13.6 – fala do Dia do Senhor. Este expressão é de juízo e julgamento de Deus contra os povos escolhidos.
Is 13.7-8 – como será feita a destruição pelo Senhor.
Is 13.9-22 – de novo encontramos a expressão Dia do Senhor e o seu juízo, seu castigo, a destruição, a transformação das nações em deserto - no verso 9 ocorre à menção de Sodoma e Gorroma.

Is 14.
Is 14.1-23 – o assunto em pauta é a Babilônia, um hino triunfal sobre a derrota que Deus imporá a esta nação, fala do cativeiro e da misericórdia a Israel, a escravidão cessará e os opressores perecerão. Aparece o termo “altíssimo” no v. 14. Todo este texto faz referencias à destruição da Babilônia através dos Persas e isto ocorreu somente em 539 a.C.
Is 14.24-27 – refere-se à destruição da Assíria, isto vai ocorrer somente em 722 a.C.
Is 14.38-32 – o texto mostra o ano da morte do rei de Acaz quem oprimia a Filistia e que ela não devia se regozijar porque também seria destruída.

Is 15 e 16.
Is 15.1-16.4 – aqui o anuncio de destruição é para Moabe, seus templos e deuses, fala da opressão e do pagamento de tributos, fala do tabernáculo de Davi. Em 16.13 ocorre a expressão “palavra do Senhor” que é a denuncia profética característica do anúncio de destruição através deste profeta.

Is 17.
Is 17.1 – ocorre à denúncia profética contra Damasco e Efraim e as suas respectivas destruições.
Is 17.3-4 – a glória de Jacó e a dos filhos de Israel.
Is 17.7-8 – olhará o homem para seu Criador, para os altares e todos notarão a diferença existente de um criador para o outro.
Is 17.9-10 – anuncia a destruição porque esqueceram de Deus.
Is 17.12-14 – ocorre um “ai!” que é o prenuncio da destruição dos que roubam e saqueiam os escolhidos.
Is 18.
Is 18.1 – um outro “ai!”, esta profecia refere-se à Etiópia - v.7 noticia que o Senhor receberá presentes de homens altos e negros, eles virão ao lugar do senhor, esta expressão é para o Templo da glória.

Is 19.
Este trecho fala da denuncia profética contra o Egito, seus ídolos, a sua completa destruição e haverá completa destruição do rio Nilo. v. 11-13 mostra que a sabedoria dos egípcios será aniquilada, fala do altar de Israel dentro do Egito (v. 19). v. 20-22 mostra que os opressores serão destruídos e todos conheceram o Deus de Israel.

Is 20.
Is 20.1-4 – narra a questão histórica, Sargão rei da Assíria invadira e tomará Asdode, os egípcios e etíopes serão destruídos.
Is 20.5-6 – mostra como Israel tremerá com seta destruição, e como ficará assombrado com o poder dos Assírios.

Is 21.
Is 21.1-10 – nova profecia contra a Babilônia, refere-se à ameaça que vem da Média - o atalaia anuncia: caiu, caiu a Babilônia e todas as imagens de escultura de seus deuses - o Deus de Israel anuncia a queda.
Is 21.11-12 – profecia contra Dumá.
Is 21.13-17 – contra a poderosa Arábia, toda a glória e poder de Quedar desaparecerá é o anuncio do Deus de Israel.

Is 22.
Is 22.1-14 – profecia é contra Jerusalém, fala dos príncipes, de se barulho, da alegria e de seus mortos - porém tudo isto findará com a destruição desta maravilhosa cidade - as festas será transformada em pranto.
Is 22.15-19 – fala do administrador Sebna, o mordomo, este será retirado deste posto importante.
Is 22.20-25 – a exaltação de Eliaquim - aparece o termo cingir no original é colocar no trono, neste caso no trono de Davi, mas causa acontecimentos as firmas estacas seriam retiradas e cairiam.

Is 23 e 24.
Is 23.1-24.13 – as profecias contra Tiro, Sidom, Tarsis e o trecho faz comparações contra estes países com o Egito e Assíria.
Is 24.1 – mostra a devastação que o Senhor fará a todos eles.
Is 24.14 –16 – a glória será vista desde o Oriente, todos cantarão a glória do Justo.
Is 24.17-23 – mostra que os pecadores serão arruinados para que a glória do Senhor resplandeça.

Is 25.
Este trecho é um cântico que enaltece a bondade e misericórdia do Senhor.

Is 26.
Cântico do Senhor e sua salvação, este é um cântico de confiança pela salvação de Deus que virá.

Is 27.
O texto menciona a salvação de Deus ao seu povo e o seu amor ao mesmo; aqui temos um cântico chamado cântico da vinha (v.2); Jaca e Israel lançarão raízes; deus reunirá seu povo que estava disperso na Assíria e no Egito (v.6).

Is 28.
Is 28.1-6 – o castigo de Efraim por sua desobediência.
Is 28.7-22 – menciona também a desobediência de Jerusalém a justiça e juízo ocorre mais uma vez (v.7).
Is 28.23-29 – este trecho menciona um Salmo de sabedoria, seu conselho maravilhoso e sabedoria em abundancia.

Is 29.
Is 29.1-8 – menciona os inimigos de Jerusalém.
Is 29.9-16 – a situação do povo é como hipocrisia e cegueira completas. O verbo que ocorre várias vezes para conhecer Deus é: yada não é o conhecimento racional, mas total de Deus.
Is 29.17-24 – a salvação de Israel é possível, mesmo que ele não queira, Deus vem a ele e o salva. O v. 19 encontra-se no Sermão da Montanha, nas bem-aventuranças.

Is 30.
Is 30.1-17 – mostra o texto que a aliança feita com o Egito não durará muito e que esta aliança será para a perdição do povo: esta aliança será a destruição de Israel. O v. 8 diz: “vai escreve numa tabuinha, escreve-os num livro os dias vindouros” - esta expressão é semelhante à expressão dia do Senhor, juízo do Senhor.
Is 30.18-26 – a promessa de salvação é conferida por Deus, por sua misericórdia.
Is 30.27-33 – a Assíria será julgada por seus feitos e exterminada.

Is 31.
O juízo será para o Egito, não adianta buscar neste país o refugio, pois serão apagados ambos.
Is 31.4 – ocorrem verbos importantes: proteger, salvar, poupar, libertar.
Is 31.8 – fala da destruição da Assíria.

Is 32.
Is 32.1-8 – mostra a vinda de um reinado de justiça e de retidão.
Is 32.9-20 – mostra as mulheres e suas atitudes. O v. 15 fala do derramamento do Espírito.

Is 33.
No v. 1 inicia com um lamento, Jerusalém está aflita, pede socorro ao Senhor e pede misericórdia. No v. 5 em diante ocorre um cântico de libertação.

Is 34.
Este texto mostra o livramento do Senhor e sua indignação contra os povos opressores de Israel. Também tem um cântico de escárnio contra os inimigos do povo eleito. No cap. 4 fala do renovo e de ecologia, neste capítulo fala da destruição da natureza, v. 9-41.

Is 35.
Volta o tema de ecologia: este é um cântico de alegria, de felicidade de Sião, a nova Jerusalém.

Is 36.
Is 36.1-3 – mostra a invasão de Senaqueribe em Judá no reinado de Ezequias, este tem como comparsa Rabsaqué de Laquis. No v. 3 mostra três personagens históricos importantes: Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, Sebna, o escrivão, Joá filho de Asafe, o cronista.
Is 36.4-22 – o rei Ezequias recebe a afronta de Rabsaqué, que fala ao rei para não confiar no Egito, esta era a mesma mensagem do profeta Isaias ao rei, mas o rei não dá ouvidos aos recados. O porta-voz do rei da Assíria afronta o Deus de Israel, e isto não ficará sem o seu pago, YHWH destruirá os Assírios.

Is 37.
Is 37.1-7 – o rei procura o profeta e se arrepende, mas por pouco tempo. O v. 6 fala da blasfêmia dos Assírios contra o Senhor de Israel.
Is 37.8-13 – o rei da Assíria comunica em carta dizendo que não é para enganar-se e não confiar em Deus, pois a sua intenção é conquistar Jerusalém, mas Deus por intermédio do profeta mostra que haverá livramento nem que for por pouco tempo.
Is 37.14-20 – encontramos neste trecho a oração de ezequias, esta oração é um pedido de libertação.
Is 37.21-35 – Isaias conforta o rei e este será em breve socorrido, mas depois os Assírios serão esmagados.
Is 37.36-38 – aqui temos um cântico de vitória, o exercito da Assíria foi destruído.

Is 38.
Is 38.1-8 – narra a doença do rei e a sua cura. O v. 8 narra aquele espetáculo do retroceder o tempo.
Is 38.9-22 – é o cântico do rei pelo restabelecimento da doença, a sua cura da úlcera com a pasta de figos.

Is 39.
Começa a entrar em cena neste momento o rei da Babilônia, este que destruirá os Assírios e livrará Jerusalém, este será o dominador de Judá futuramente (Is 46-47).


3.3.3 Teologia do I Is.

Isaias vive numa época de convulso social. São vários impérios querendo o domínio de Canaã: Egito e Assíria lutam pela hegemonia deste local. Isaias prega a conversão do povo de Israel, a salvação de Deus aos escolhidos. Mostra ainda a sua mensagem, a infidelidade e corrupção do povo, da elite governadora de Judá e Israel. A Assíria derrota o Egito, Judá faz aliança com a Assíria, Israel se junta com o Egito. Egito é destruído por Senaqueribe e Samaria vai junto com o Egito.

Isaias mostra tudo isto em seus oráculos. Para o profeta Deus é santo, é rei e é poderoso. O homem por outro lado, é pecador e impuro. A situação é tão crítica que o profeta não acredita em salvação, a única salvação está na vinda do Messias, o renovo, o descendente de Davi. Para o profeta a fé e a justiça são mais importantes que festas e sacrifícios. Deus é a única possibilidade de salvação, como isso é impossível só resta o futuro e a salvação messiânica, o descendente de Davi.

3.4 - O PROFETA MQUÉIAS.

Miquéias vive no mesmo período de Isaias, nasceu a 33 Km de Jerusalém em Moreshet-Gate, não é o mesmo que Miquéias ben Imla, no período de Acabe (século IX, I Cr 22, II Cr 18). Este é o século VIII (Mq 1.1). Ele era um camponês, foi explorado, perdeu suas terras. A sua pregação é contra os latifundiários que tomava as terras dos pequenos agrários, fala da injustiça social, contra os fazendeiros, juizes e sacerdotes.

Prega sobre o fim dos reinos do Norte e Sul. No reino do Norte o fim será por camada idolatria, no Sul é o problema social. Fala contra os reinos de Judá, contra os sedentos de riqueza (3.2-4); cobiçam as terras e as arrancam das mãos dos pobres (2.2), roubam as casas e deixam-nos sem teto. Denuncia a existência dos falsos profetas. Os falsos profetas pregam o bem estar e não denunciam a opressão (3.5-7). Mas diz que os que se converterem terão um final feliz (4 e 5). O Senhor reinará com seu povo e este reino será de paz.


3.4.1 Divisão do Livro de Mq.

Mq 1.1-16 – denuncia contra Judá e Israel.
Mq 2.1-5 – opressores gananciosos.
Mq 2.6-11 – falsos profetas.

Mq 3.1-12 – contra os chefes, sacerdotes e falsos profetas.

Mq 5.2-15 – m Messias e seu reino.
Mq 6.1-8 – Deus e seu povo.
Mq 6.9-16 – injustiças.
Mq 7.1-7 – corrupção de Israel.




3.4.2 Comentários a Mq.

O livro de Mq tem um quadro que abre com as denuncias contra Judá e Israel e termina o livro com a misericórdia de Deus. Há uma grande condenação em Mq contra os falsos profetas, mas há a esperança de um remanescente que permanece fiel à vinda do Messias. No centro do livro há uma narrativa mostrando que o povo escolhido não aceitará o convite de conversão e que Javé poderá chamar, vocacionar os gentios: os gentios serão salvos no lugar de Israel.

O profeta prega contra os governantes chefes do povo, contra os sacerdotes e os falsos profetas. Ele prega contra as injustiças e a corrupção de Israel. Mq condena os opressores gananciosos: roubo de casas e campos, suborno aos chefes de Israel. Apesar de todas estas condenações o resto de Israel, aqueles que permanecem fieis a Javé e Deus a seu povo.


3.4.3 Teologia de Mq.

O profeta mescla a denuncia, a vocação dos gentios e a misericórdia de Deus. Ele denuncia a corrupção tanto de Israel como de Judá, denuncia os corruptos, ladrões. Fala contra os falsos profetas que anunciam a vitória dos reis e se não houver conversão à derrota é mais provável. Os falsos profetas anunciam que nada acontecerá, mas a derrota, a catástrofe virá quando menos pensam. Ele denuncia as injustiças contra os pobres e necessitados. Denuncia os governantes, os profetas e sacerdotes. Mas anuncia que Deus ainda salvará o seu povo. Se o povo não se converter, ele vocacionará os gentios e fará deles seus filhos. O profeta mostra o Messias e o seu reino. Ele fala de um resto fiel.







III – OS PROFETAS DA ÉPOCA DO PRÉ-EXÍLIO (SÉCULOS VII E VI).




1 – NAUM.

Um profeta desconhecido, nome pouco usado na Bíblia, cidade onde ele nasceu é desconhecida (1.1). A sua atuação é no período do fim do império Assírio, da queda de sua capital Nínive em 612 a.C.

Este profeta fala do nacionalismo e tem o pensamento positivo, prega a salvação de Judá e o fim dos Assírios. Os inimigos dos Judaítas serão derrotados. O fim do império ocorre pela mão de YHWH. Deus é o Senhor da História. YHWH levantará um povo que destruirá os inimigos do povo de Deus.


1.1 - DIVISAO DO LIVRO DE NAUM.

Na 1.1-15 – ira e bondade de Deus.
Na 2.1-13 – cerco e tomada de Nínive.
Na 3.1-19 – destruição de nínive.


1.2 - COMENTÁRIOS A NAUM.

O livro do profeta Naum pode ser dividido em três partes: a ira e a bondade de Deus; cerco à tomada de Nínive e a destruição de Nínive. Este livro é o oposto do livro de Jonas que fala que Nínive se converteu e todos foram salvos, aqui em Naum Nínive foi cercada, tomada e destruída pelos Babilônicos. Estes dois livros foram escritos em épocas diferentes. Mas retratam duas realidades opostas, uma salvação e outra condenação. O autor desta obra mistura poesia com profecia. Javé está irado com os maus e sentenças proféticas. Denuncia a Assíria e o seu castigo e a salvação de Judá.


1.3 - Teologia de Naum.

A teologia principal de Naum é a salvação de Judá e a ruína, destruição da Assíria. Este é um profeta cultual e o salmo foi utilizado no templo como liturgia (1.2-2.3) e é uma poesia e o profeta se torna um dosa grandes poetas de Israel (2.4-3-19). Nínive foi conquistado por Nabucodonosor em 612 a.C. Israel canta a derrota do inimigo. Mas Israel canta mais a liberdade e a esperança. A teologia de Naum é uma teologia que fala sobre a justiça e a fé: a ruína da Assíria é o juízo de Deus. Javé está castigando Nínive (1.1; 2.1) pelas opressões contra Israel (1.12-13) e todos povos (3.1-7).

O profeta prega a esperança de Israel, a alegria que pouco foi duradoura e Jerusalém que foi destruída logo depois da destruição de Nínive. O profeta Isaias (II Is 52.7) cita Na 2.1 sobre a salvação de Israel. A teologia mistura versos da ira de Deus contra os inimigos de Israel, a salvação do povo, mas a história mostrou outra realidade: o exílio e a deportação do povo para a Babilônia, de 612 a 598 e 586 foram poucos anos de alegria e esperança.


2 - SOFONIAS.

É um profeta diferente dos outros, começa com uma genealogia, onde procura mostrar que o próprio profeta vem de uma família de reis (1.1). Isto pode ter sido pode ter sido acréscimo do redator final. A atuação do profeta é na época do rei Josias (640-609 a.C.). O rei Josias não aparece como pano de fundo; nem como rei, nem a sua reforma, talvez ele atuou quando Josias tinha menos de 8 anos de idade e os latifundiários comandavam o poder no lugar do rei.

O profeta prega contra a idolatria deste período. Denuncia os pecados da sociedade: a injustiça social e o culto a outros deuses. O governo de Judá busca ídolos nos países vizinhos e assim o profeta denuncia o rei e seus súditos por uma idolatria e a vida imoral. Prega contra o roubo e corrupção na administração do rei, justiça violência, dominação da classe dirigente oprimindo os pobres. Tudo isto provocou a ira de YHWH, e assim traz o castigo divino. YHWH atuará na vida do povo para trazer a justiça e os culpados serão punidos, o profeta anuncia um resto, um grupo fiel, a semente do renovo.

2.1 - DIVISAO DO LIVRO DE SOFONIAS.


Sof 1.7-18 – o dia da ira de Javé.
Sof 2.1-7 – ameaças contra os filisteus.
Sof 2.8-11 – ameaças contra Moabe e Amon.
Sof 2.12-15 – ameaças contra Etiópia e a Assíria.
Sof 3.1-7 – ameaças contra Jerusalém.



2.1 - COMENTÁRIOS A SOFONIAS.

O livro começa com denuncias e ameaças contra Judá e Jerusalém. Mostra que haverá o dia da ira de Javé. Três ameaças se seguem na obra: Filisteus, Moabe e Amon, Etiópia e Assíria. Depois vem de novo a ameaça contra Jerusalém. O livro termina com a descrição da salvação de Jerusalém. O livro começa com as ameaças e termina com a promessa de salvação.

Sof 1.7-19 ficou conhecido na literatura profética como o “dia de Javé”. Esta expressão vai ser usada abundantemente no A.T. e nos evangelhos.


2.2 - TEOLOGIA DE SOFONIAS.

Este profeta é da época da reforma de Josias. Ele ataca os cultos estrangeiros praticados em Jerusalém, os falsos deuses e falsos sacerdotes. Ele não menciona nem o rei Josias, nem a sua reforma religiosa. Talvez o seu anuncio seja da época em que Josias tinha 8 anos de idade e quem governava eram os chefes de Judá. Ele antecipa a Jeremias e vê a ameaça dos Assírios com Senaqueribe. O dia de Javé (1.2-2.3), as nações (2.4-15), Jerusalém (3.1-8) e as promessas de salvação (3.9-20) fazem parte do colorido quadro profético de Sofonias. A conversão dos pagãos (2.11 e 3.9-10) é anunciada. Existem salmos e cânticos. O profeta talvez foi inspirado no II Is, muitos destes textos nem são pré ou exílicos, mas de uma inserção e redação posterior ao exílio. O dia de Javé é semelhante a Amós que é Dtr, inspira Joel a Mateus. Fala de um resto fiel que será salvo.

3 - HABACUQUE.

Profeta estranho, nada se sabe de sua origem, nascimento, cidade, significado do nome. No livro de Dn 14.33-39 fala que o profeta Hab foi levado por um anjo para a Babilônia levando alimento a Daniel. A estória passa quando Daniel estava nas covas dos leões. O texto de Daniel é uma lenda. Talvez Habacuque seja do período de 587 a.C. e pregou nesta época. A mensagem deste livro é sobre o fim do infiel e o justo viverá pela fé. Quem é o infiel ninguém sabe, talvez os estrangeiros que atacavam Judá ou os judeus que oprimiam os seus irmãos. Os justos são aqueles que são fieis a Deus. Este é o povo de Deus.

3.1 - DIVISÃO DO LIVRO DE HABACUQUE.

Hab 1.1-4 – pecador de Judá.
Hab 1.5-11 – Judá será julgado pelos Caldeus.

Hab 2.1-5 – a resposta do Senhor.
Hab 2.6-20 – cuidados com os Caldeus.



3.2 - COMENTÁRIO A HABACUQUE.

O livro abre com a narrativa dos pecados de Judá e fecha o quadro com uma oração do profeta. No quadro do meio o profeta fala sobre o juízo de Deus através dos Caldeus e fecha com o juízo sobre os Caldeus. No centro do livro temos o pedido do profeta para que salve o povo, é uma intercessão do profeta e a resposta de Javé ao pedido do Habacuque. O livro foi bem compilado, parece com um dialogo de Deus com profeta. Composto sobre dois oráculos, a oração do profeta é mais um cântico do que outra coisa.

3.3 - TEOLOGIA DE HABACUQUE.

Quem é o opressor: Assírios, Caldeus, ou Judá? Os Assírios, Deus convoca os Caldeus para castigá-los. Como castigadores eles serão castigados na profecia do autor. Qual é o motivo? A violência e a opressão, Javé assim salva seu povo. O profeta pede que Javé faça uma intercessão. Para o profeta toda a tristeza e angustia será transformada em alegria.

Habacuque é pretensioso, pede a Javé que sua atuação na história seja mais evidente. Se Judá está em pecado, Javé é santo. Ele por ser santo não vê o mal, escolhe os pagãos para fazer a sua justiça. A justiça será feita, o justo viverá pela fé e verdade. O mal é uma pratica das nações e que influenciou Judá, mas Deus é todo poderoso e onipotente que prepara a vitória pela misericórdia e o juízo. Direito é mais importante que tudo, a justiça e a fé. Isto vai ser aplicado por Paulo: o justo viverá pela fé, em Gal 3.11; Rom 1.17.


4 - JEREMIAS.

Deste profeta sabemos tudo sobre ele. Filho do Sacerdote Hilquias, talvez também sacerdote, sobre seu ministério. O profeta era da cidade conhecida como Anatote, distante de Jerusalém apenas 7 km.

O rei Salomão encontrou o Sumo sacerdote Abiatan que apoiou seu irmão Adonias para ser rei. Talvez o profeta sacerdote Jeremias descendia desta linhagem e tinha grande acesso ao templo e conhecia seus arredores. Ele nasceu em 650 a.C. e sua convocação começa em 627 a.C. certamente no ano 13° do reinado de Josias (Jr 1.2). O sacerdote profeta tinha de 23 a 24 anos quando começou a profetizar. Atuou no reinado de Josias (640-609), de Joaquim (609-598) e de Zedequias (598-587) o pior período de Judá. Ele presencia a destruição de Jerusalém e do exílio do povo.

O profeta é mais religioso do que político, mas que entende a política e mas características. Ele denuncia no reinado de Josias, talvez participou ou não na reforma religiosa do rei, talvez se opõe a ela ou fica observando-o de longe. A profetiza Hilda é quem faz parte da reforma de Josias e o achado do livro da lei (II Rs 22.13ss). Jeremias acusa os problemas morais e sociais desta época, prega o juízo de Deus. Isto lhe traz muitos adversários.

O profeta Jr critica o governo de Joaquim, prega contra o templo (7), foi ameaçado de vida e salvo por Salau. O rei Joaquim foi injusto, sem a pratica da justiça, faz o trabalho forçado, não paga o salário, não vê a injustiça, e seu coração, busca somente o lucro, verte o sangue do pobre, comete opressão e violência (Jr 22.13-19). Isto provoca a ira do rei (26), é preso, surrado, não pode entrar no templo (19). Para os dominadores o profeta é um derrotado e para o povo ele só blasfema; os amigos o abandona e fica desesperado (15.10ss; 18.19ss; 20.7ss). Fala que o rei da Babilônia será o ministrante de Deus contra Judá e seu povo. Opor-se ao rei da Babilônia era negar a Deus. Somente a ira de Deus pode levar o povo a conversão.

Em 598 a.C. começa a ser cumprida as suas profecias. Nabucodonosor chaga em Jerusalém, cerca e toma a cidade, leva o rei para o exílio, Joaquim e a população (II Rs 24.14-15). Isto leva muitos crerem em Jeremias. Zedequias é colocado no trono pelos Babilônicos. Este rei era sem caráter, sem decisão e fraco. O rei assume e ouve o profeta Jeremias, mas não coloca em pratica o que diz o profeta.

O profeta diz que a melhor coisa seria a submissão à Babilônia, ele prefere ouvir os amigos e se revolta contra os invasores, não paga o tributo devido, ouve os falsos profetas. Jeremias enfrenta os falsos profetas, Ananias é o menor adversário de Jeremias (22-28). Ananias prega a seqüência da religião e fala para o rei se revoltar contra Nabucodonosor. Este rei age depressa em 586 tomando por completo Jerusalém e o leva para o exílio, a cidade foi destruída, o templo saqueado e queimado, acabando assim o reino de Judá.

O profeta prega a fé, a crença no Deus verdadeiro (17.7). Deus é o único e o verdadeiro, os reis acreditavam mais nas alianças e acordos políticos do que em Deus. Critica a injustiça, condena a monarquia, os reis feriram as ovelhas (23.1-2), Deus sare o pastor do seu povo (23.3-4).


4.1 - DIVISÃO DO LIVRO DO PROFETA JEREMIAS.

O livro do profeta jeremias tem muita diferença entre o texto Hebraico, o grego e português, tudo em relação com a divisão dos capítulos e versículos. Podemos dividir o texto de Jeremias em:

Jr 1-25 – discurso e fala contra Israel e Judá.
Jr 26-45 – relato da palavra de conforto a Baruque.
Jr 46-51 – discurso contra os povos - oráculos de condenação aos povos.
Jr 52 – discursos encontrados em 24.18-25.30.

Podemos simplificar os relatos de Jeremias que são da época do exílio babilônico, um pouco antes da queda de 627 a 585 a.C. e que ele atuou na época anterior à tomada de Jerusalém por Nabucodonosor, e que sua atuação era em favor de uma entrega para a sobrevivência, aquele que se entregasse viveria e o que lutasse morreria ou seria entregue ao cativeiro, para este acontecimento o profeta compra um terreno onde ele voltaria e constituiria sua vida após a luta.

O povo por outro lado, pede auxilio ao Egito, ele condena esta atitude e pede que não se faça isto, o rei desobedece, coloca-o na prisão e todos são entregues na mão dos Babilônios (os Babilônios derrotaram os Egípcios e conquistaram Jerusalém após vários anos de cerco, começando em 597 e 586 a.C.).


Jr 1.11-12 – visão da amendoeira.
Jr 1.13-19 – visão da panela.

Jr 2.1-8 – Deus ama apesar do povo ser rebelde.
Jr 2.9-19 – a luta de Deus contra o povo.
Jr 2.20-37 – a idolatria de Israel a Baal.

Jr 3.1-13 – a misericórdia de Deus e o povo.
Jr 3.14-4.1 – a exortação ao arrependimento.
Jr 4.5-31 – o mal vem do Norte.

Jr 5.1-31 – os pecados de Judá e Jerusalém.

Jr 6.1-8 – Jerusalém será cercada.
Jr 6.9-21 – os pecados dentro das portas de Jerusalém são causa de sua destruição.

Jr 7.1-15 – o templo não salvará da destruição.
Jr 7.16-20 – o profeta pede a salvação do povo rebelde e não é atendido.
Jr 7.21-28 – mesmo com muitos sacrifícios o povo não será salvo.
Jr 7.29-8.1 – o povo é rejeitado por Deus.
Jr 8.4-17 – o castigo virá.
Jr 8.18-9.6 – o profeta entristece-se com a destruição de seu povo.
Jr 9.7 22 – novas ameaças de destruição e de exílio.


Jr 10.1-16 – o Senhor é mais importante que todos os ídolos reunidos.
Jr 10.17-25 – clamor sobre a destruição de Judá.

Jr11.1-17 – a aliança é quebrada.
Jr 11.18-23 – o profeta é enganado.

Jr 12.1-4 – o profeta se queixa.
Jr 12.5-6 – a resposta de Deus.
Jr 12.7-13 – o castigo de Deus contra os inimigos do país.
Jr 12.14-17 – o castigo de Deus tem um objetivo.

Jr 13.1-11 – a parábola do cinto de linho.
Jr 13.12-14 – a visão do pote quebrado.
Jr 13.15-27 – o pedido de atenção e as ameaças concretas.

Jr 14.1-6 – a seca na cidade e campo de Judá.
Jr 14.7-12 – o profeta intercede e Deus não ouve.
Jr 14.13-18 – nova intercessão e nova rejeição.

Jr 15.1-9 – a última intercessão e rejeição completa.
Jr 15.10-21 – o conforto de Deus para o profeta.

Jr 16.1-21 – o profeta vive sozinho para prefigurar o povo.

Jr 17.1-11 – o povo pecador enganoso e destruidor.
Jr 17.12-18 – o profeta pede a Deus para que venha contra seus inimigos.
Jr 17.19-27 – a santificação do descanso.

Jr 18.1-17 – a parábola do vaso de oleiro.
Jr 18.18-23 – a oração do profeta contra seus inimigos.

Jr 19.1-15 – a parábola da botija despedaçada.

Jr 20.1-6 – o sacerdote que colocou o profeta na prisão é amaldiçoado.
Jr 20.7-13 - a lamentação do profeta.
Jr 20.14-18 – o profeta amaldiçoa o dia em que nasceu.

Jr 21.1-14 – a predição da destruição da cidade de Jerusalém por Nabucodonosor.

Jr 22.1-9 – profecia contra o rei de Judá e sua casa.
Jr 22.10-12 – profecia contra Salum.
Jr 22.13-23 – profecia contra Joaquim.

Jr 22.24-30 – profecia contra Jeconias.

Jr 23.1-4 – a profecia contra os maus pastores.

Jr 23.5-8 – a descendência de Davi semelhante a Jeremias (33.14-16).
Jr 23.9-40 – os falsos profetas.

Jr 24.1-10 – visão com dois cestos de figo.

Jr 25.1-14 – p período de setenta anos de cativeiro.
Jr 25.15-38 – o cálice da ira de Deus contra os povos inimigos.

Jr 26.1-19 – o profeta recebe ameaça de morte.
Jr 26.20-24 – Urias, o profeta morto.

Jr 27.1-22 – a canga como símbolos de escravidão.

Jr 28.1-17 – Jeremias luta contra o falso profeta Ananias.

Jr 29.1-32 – a carta do profeta aos exilados.



Jr 31.1-30 – lamentação se torna alegria.
Jr 31.31-40 – nova aliança do povo com Deus.

Jr 32.1-15 – compra do terreno em Anatote.
Jr 32.16-25 – o profeta pede a Deus esclarecimento.
Jr 32.26-44 – deus responde ao profeta.

Jr 33.1-13 – paz e benção são prometidas.
Jr 33.14-26 – o renovo do rei Davi.

Jr 34.1-7 – a sorte do rei está selada.
Jr 34.8-22 – ameaça aos povos pela escravidão feita ao povo escolhido.

Jr 35.1-19 – os recabitas permanecem fieis.

Jr 36.1-10 – o rolo do livro do profeta é lido no templo.
Jr 36.11-19 – o rolo lido para os príncipes.
Jr 36.20-26 – o rei queima o livro.
Jr 36.27-32 – Baruque reescreve o livro.

Jr 37.1-21 – o profeta Jeremias é preso.

Jr 38.1-13 – um Etíope salva o profeta da prisão.
Jr 38.14-28 – o rei procura e consulta o profeta.

Jr 39.1-18 – a queda de Jerusalém e sua tomada por Nabucodonosor.

Jr 40.1-12 – o profeta e o povo permanece com o sucessor do rei: Gedalias.
Jr 40.13-41.10 – Ismael conspira contra o rei.
Jr 41.11-18 – Joana liberta os presos.

Jr 42.1-22 – o profeta exorta ao povo para não irem ao Egito.

Jr 43.1-7 – o profeta é levado para o Egito.
Jr 43.8-13 – o profeta fala que o rei da Babilônia conquistaria o Egito.

Jr 44.1-14 – os exilados são repreendidos no Egito.
Jr 44.15-19 – tentam contradizer o profeta.
Jr 44.20-30 – o profeta mostra o castigo que virá.

Jr 45.1-5 – o profeta transmite a mensagem a Baruque.

Jr 46.1-28 – profecia contra o Egito.

Jr 47.1-7 – profecia contra os Filisteus.

Jr 48.1-47 – profecia contra Moabe.

Jr 49.1-6 – profecia contra Amon.
Jr 49.7-13 – profecia contra Edom.
Jr 49.14-22 – pecados e castigos a Edom.
Jr 49.23-27 – profecia contra Damasco.
Jr 49.28-33 – profecia contra Elam.

Jr 50.1-46 – profecia contra a Babilônia.

Jr 51.1-64 – Babilônia cairá e perderá todo o poder.

Jr 52.1-30 – queda de Jerusalém e a escravidão de Judá.
Jr 52.31-34 – o rei Joaquim é libertado.


4.2 - COMENTÁRIO A JEREMIAS.

O livro do profeta Jeremias mostra que este era um grande homem, mas um solitário, sozinho. Um profeta que não foi entendido, perseguido, preso, proibido de falar. O rei furioso manda para a prisão solitária, nem sua família o ajudou. Nem foram ao seu casamento, não foi consolado na tristeza, perde a esposa, não conseguiu ser pai. Foi torturado, nem teve descendência. Parece que estamos contando uma história de líder político na América Latina.

Judá torturava, perseguia, invadia, confiscava os bens. Ele é chamado a falar nesta situação vivencial. A situação é de desastre, ele prega para que o rei e o povo não reajam à invasão Babilônica. Mas o rei faz aliança com o Egito, o que provoca a ira do rei Nabucodonosor. O rei Babilônico derrota o Egito e assim fica fácil conquistar Jerusalém.

O profeta anuncia a palavra de Deus. Esta palavra tem uma força e um poder incrível. Ele é o profeta que fala com coragem e o Senhor coloca as palavras em sua boca. A palavra é o centro de sua vida e da sua mensagem.


4.3 - TEOLOGIA DE JEREMIAS.

A teologia de Jeremias é a teologia da palavra. Ele chega a conversar e discutir com Deus sobre a existência, vocação e pregação. Jeremias confessa a Deus a situação da vida (11.18-23; 12.1-6; 15.10, 15, 20; 17.14-18; 18.18-23; 20.7-13, 14-18). As cenas das visões e da vocação mostram que a palavra de Deus é mais dura para o profeta do que para o povo. A palavra do homem confronta a palavra de Javé, e a de Deus sempre melhor vence.

A teologia de Jeremias é a teologia da solidão. Todos abandoaram, pensa que Deus o abandona? Não. Jeremias parece-se com Jô em dimensões diferentes. A solidão é político, não é misturada como muitos pensam, à vontade de Deus parece traição, mas é o melhor para o rei e seu povo. Ele mostra que não é à vontade do rei que deixará Jerusalém livre, mas à vontade de Javé. A condenação de Judá pode ser evitada, mas o rei não quer, a salvação é possível. As atitudes do povo e do rei não evita a queda de Jerusalém.

O livro do profeta foi reescrito pela redação e teologia do Dtr que converte certos oráculos e visões do profeta como fez em Amós. Isto dá um caráter interessante em sua teologia. A resposta de Deus e a sua salvação foram passageiras. As desgraças não foram evitadas, mas prorrogadas.


5 - BARUQUE.

Este livro é considerado pelos Protestantes da Reforma como apócrifo. A LXX o coloca depois de Jeremias e Lamentações. As duas obras: Lamentações e Baruque estão associados com profeta Jeremias. A Patrística com São Jerônimo que atribui a estas duas obras à anterior do profeta Jeremias. Hoje especialistas acham que as duas obras são de autores anônimos. O livro de Baruque são poemas de tristeza e dor, que mostram a destruição de Jerusalém ou para chorar a morte do rei Josias.

Baruque é amanuense de Jeremias (1.1). Em Jeremias 36; 43 e 46 falam deste personagem e conforme o profeta 43.5-7, eles foram levados para o Egito por judeus raivosos que fogem de Jerusalém destruída. Mas o autor diz que ele foi com o rei da Babilônia. Provavelmente este livro é do período grego-romano ou da época dos Macabeus mais precisamente.


5.1 – DIVISAO DO LIVRO DE BARUQUE.

Bar 1.1-13 – introdução.
Bar 1.14-2.10 – confissão.
Bar 2.11-3.8 – suplica.
Bar 3.9-14 – exortação.
Bar 3.15-31 – sabedoria inacessível.
Bar 3.32-4.1 – só Deus sabe.
Bar 4.2-4 – exortação.
Bar 4.5-9 – exortação aos exilados.
Bar 4.10-29 – Jerusalém exorta e conforta seus filhos.
Bar 4.30-59 – consolação de Jerusalém.


5.2 - COMENTÁRIOS A BARUQUE.

Este livro como podemos ver tem uma estrutura bem feita, é construído e elaborado. Todo mundo dizia ser ele o secretário do profeta Jeremias. Ele nunca foi citado pelos judeus, nem tinha o privilegio de ter sido incluído com o livro de lamentações, a Carta de Jeremias. A história começa quando a LXX coloca-o entre Jeremias e Lamentações. Na Patrística, São Jerônimo nem o traduziu para o Latim. Na Vulgata posterior este livro foi colocado entre Lamentações e Ezequiel, ao lado da Carta de Jeremias.

A grande pergunta é: quem é Baruque? A palavra em Hebraico é: feliz, bem aventurado. Ele era o secretário de Jeremias, no período do exílio, mas as informações são poucas. O livro é de um pseudônimo. A História, a oração, meditação e a exortação são os temas literários e teológicos, doutrinas. A introdução já é uma composição posterior, é uma oração de penitencia.esta oração de penitencia é composta de duas partes: uma confissão e uma suplica. Tudo isto é uma mistura (mosaico) decitações bíblicas. Baruque cita Daniel, por isso deve ter sido escrito no período grego. O livro é composto de uma liturgia, e de doutrina: jejum, lamentações e sacrifícios.


5.3 - TEOLOGIA DE BARUQUE.

A teologia de Baruque é uma liturgia penitencial convidando os habitantes de Jerusalém a confessar, exortar e pedir perdão pela destruição de Jerusalém. Mas a destruição aqui de Jerusalém não é a de 587 a.C., mas a de 164 quando lutavam os rangidos de Menelam e os Macabeus e a invasão dos Romanos.

A teologia mostra que houve uma quebra entre as relações de Deus com os homens e convoca para uma reconciliação. A reflexão para o pecado, a sabedoria e a lei. A liturgia da penitencia prevê: um grande jejum e um grande sacrifício para que os pecados sejam perdoados. A partir desta obra a teologia do jejum é assunto importante na vida do povo. No quinto mês a partir de 587 a.C. a 70d.C. era praticado o jejum coletivo. No aniversario da destruição de Jerusalém: o jejum, e o sacrifício e a lamentação sobre a destruição do templo foi sempre praticado.

A história, a penitencia, a sabedoria, a exortação e consolação de Jerusalém são o centro da Teologia de Baruque.

IV – OS PROFETAS DO EXÍLIO (586 – 538 a.C.).

A história deste período mostra que Nabucodonosor levou os cativos para a Babilônia, sendo grande parte da população de Judá: na validade a discussão moderna descobriu que houve muita fantasia nesta leva de exilados. Poucos foram levados, somente uma elite e trabalhadores especializados foram para a Babilônia. Foram construtores, engenheiros para as construções e as irrigações na agricultura, edifícios, templos, cidades, casas.

Os exilados com o passar do tempo se fixaram na Babilônia compraram casas e se casaram. Quando Ciro domina a Pérsia e Babilônia, judeus não voltaram para reconstruir Jerusalém. O povo vai acompanhado de dois profetas para a Babilônia: o II Is e Ez. Em Jerusalém ficaram apenas os pobres, camponeses, velhos, órfãos e viúvas que ainda tiveram que trabalhar para pagar tributos à Babilônia. Judá está deserta.



1 - EZEQUIEL.

Nome forte “Deus é forte”, pouco conhecido era filho do sacerdote Buzi (1.3), casado e seus filhos (24.16), foi para o exílio na 1° deportação em 598 a.C., vive as margens do rio na Babilônia. O rio é Kebar (3.15), tinha algumas posses, tinha casa onde se reunia com os anciãos (e.23), foi vocacionado no ano 593 com 30 anos, ele era um visionário e extático, ele é um espiritualista. Alguns autores o acharam doente e psicótico.

Ele sendo um sacerdote prega a santidade de Deus e do povo. Denuncia a idolatria, a prostituição, à revolta do povo, e a infidelidade a Deus. Os pecados e a culpa do povo é grande (22.7-12), a queda de Jerusalém é explicada pelo pecado do povo e Deus abandonaria a todos e deixa o templo (10-11). Ele prega o retorno e a salvação, Deus arrancará a impureza do coração do povo (36), dará um coração novo e espírito novo, o povo voltará à terra prometida e reconstruirá sua vida, Deus é pastor que guiará o povo de volta. O profeta cria a teologia da culpa e da retribuição (18).

1.1 - DIVISAO DO LIVRO DE EZEQUIEL.

Ez 1.1-14 – visão dos querubins.
Ez 1.15-25 – visão das rodas.
Ez 1.26-28 – visão de Deus.

Ez 2.8-3.3 – visão do rolo do livro.

Ez 3.16-27 – 4.1-5.4 – cerco simbólico de Jerusalém.
Ez 5.5-17 – causas do cerco.
Ez 6.1-14 – profecia contra a idolatria de Israel.
Ez 7.1-27 – o fim virá.
Ez 8.1-18 – visões sobre abominações em Jerusalém.
Ez 9.1-11 – castigos a Jerusalém.
Ez 10.1-8 – visão das brasas de fogo.
Ez 10.9-17 – Deus sai do templo.
Ez 11.1-13 – juízo de Deus contra os poderosos.

Ez 12.1-28 – visão do exílio.
Ez 13.1-16 – profecia contra os falsos profetas.
Ez 13.17-23 – contra os falsos profetas.
Ez 14.1-11 – castigo para os idolatras.-

Ez 15.1-8 – Jerusalém videira sem frutos.
Ez 16.1-63 – Jerusalém infiel.
Ez 17.1-24 – parábola da águia e videira.
Ez 18.1-32 – responsabilidade do povo.
Ez 19.1-9 – parábola do leão enjaulado.
Ez 19.10-14 – parábola da videira.
Ez 20.1-44 – pecado de Israel.
Ez 20.45-49 – profecias contra o Sul.
Ez 21.1-32 – espada de Javé.
Ez 22.1-31 –pecados de Jerusalém.
Ez 23.1-49 – Oolá e Oolibá, as prostitutas.
Ez 24.1-14 – parábola da panela.
Ez 24.15-27 – o profeta fica viúvo.
Ez 25.1-7 – profecia contra Amon.
Ez 25.8-11 – profecia contra Moabe.
Ez 25.12-14 – profecia contra Edom.
Ez 25.15-17 – profecia contra Filistia.
Ez 26.1-21 – profecia contra Tiro.
Ez 27.1-36 – lamento sobre Tiro.
Ez 28.1-19 – profecia contra Tiro.
Ez 29.1-21 – profecia contra Egito.
Ez 30.1-26 – Egito é conquistado pela Babilônia.
Ez 31.1-18 – destino do Egito.
Ez 32.1-16 – contra Faraó.
Ez 32.17-32 – os Egípcios com as nações.
Ez 33.1-20 – o atalaia.
Ez 33.21-33 – castigo de Israel.
Ez 34.1-10 – profecia contra os pastores.
Ez 34.11-31 – o rebanho cuidado por Javé.
Ez 35.1-15 – profecia contra Israel.

Ez 37.1-14 – visão do vale dos ossos secos.
Ez 37.15-28 – reunião de Judá e Israel.
Ez 38.1-13 – profecia contra Gog.
Ez 38.14-23 – Gog será destruída.
Ez 39.1-10 – a queda de Gog.
Ez 39.11-16 – morte de Gog.
Ez 39.17-29 – sacrifício.
Ez 40.1-42.20 – visão do templo.

Ez 43.10-27 – altar.
Ez 44.1-14 – reforma dos santuários.
Ez 44.15-27 – deveres do sacerdote.
Ez 44.28-45.8 – divisão da terra.
Ez 45.9-17 – deveres dos juizes.
Ez 45.18-20 – Ano Novo.
Ez 45.21-25 – Páscoa.
Ez 46.1-8 – Sábados, festas, Luas Novas.
Ez 46.9-24 – leis das ofertas.
Ez 47.1-12 – águas puras.
Ez 47.13-23 – limites da terra de Israel.
Ez 48.1-12 – limites das tribos.
Ez 48.13-14 – limites dos sacerdotes e levitas.
Ez 48.15-20 – limites das cidades.
Ez 48.21-22 – limites dos príncipes.
Ez 48.23-29 – listas das tribos.
Ez 48.30-35 – as portas das cidades.

1.2 - COMENTÁRIOS A EZEQUIEL.

Ezequiel é um gênio. Difícil, problemático, complexo e psicologicamente analisável. Vive o desastre, os dias mais difíceis de Jerusalém, e o exílio na Babilônia. Ele vive no desterro. É um personagem diferente dos outros profetas. Enigmático, parece estar em Jerusalém e na Babilônia ao mesmo tempo. Prega contra a idolatria. Ele esta em Tel Abib ou rio Kebar? Prega contra Joaquim em Jerusalém ou Nabucodonosor na Babilônia. Os oráculos podem ser datados e outros são pura fantasia de algum outro redator.

O livro pode ser analisado assim: 1.1-3.21 relato da vocação de um outro escritor que não é Ezequiel; 3.22-24.27 juízo contra Jerusalém; 25-32 castigo contra as nações; 33-37 – restauração do povo exilado. Redações posteriores: 38-39 Deus derrota os inimigos; 40-48 o futuro, o templo, a visão do escritor P (sacerdotal). Os discípulos de Ezequiel são ativos nestas redações posteriores, e estão na base de todo o livro de Ezequiel. Com estas redações que ocorrem em todo o livro parece descaracterizar a obra toda de Ezequiel, que não é mais dele, mas de redatores. A teologia de Ezequiel é da teologia da História.

1.3 - TEOLOGIA DE EZEQUIEL.

A história é o centro de sua teologia. O sacerdote fala da atuação do conhecer Deus nesta história. O livro narra como deve ser o culto, a liturgia, o sacrifício, os rituais de pureza. Tudo isto é para mostrar a glória de Deus. O pregador fala da condenação que se transformará em salvação. A glória de Javé sobreviverá, o exílio, o desterro e retornará a Jerusalém. O profeta é minúsculo perante a glória de Javé. A glória sai de Jerusalém, mas retorna; o pecado afasta e o perdão e salvação fazem com que ela retorne.

A proclamação da palavra de Deus para o profeta é o meio para se restaurar a glória, e que ela retorne a Jerusalém. Ezequiel 18.4-20 resume o pensamento, a mensagem e a pregação de Ezequiel: “quem pecar, esse morrerá; o filho não herdará a maldade do pai, nem o pai do filho”. Ele tem que pregar contra a maldade do povo, combater os falsos profetas. Haverá um resto que será salvo e resgatado do exílio. Javé transformará o coração de pedra do povo em coração de carne. Profeta do sonho e da utopia. Jerusalém é a terra que o Senhor deu aos patriarcas.


2 - O DEUTERO-ISAIAS (Is 40-55).

O que difere o II Is do I Is é a narrativa que no II Is é poesia, as questões literárias e teológicas. O II Is fala do exílio e do retorno, o Is fala dos Assírios, O II Is da Babilônia. Os contextos históricos são diferentes, o I Is do século VIII ao VII e o II Is do século VI ao V. a teologia central é a construção de uma estrada pelo deserto para o povo retornar da Babilônia para Jerusalém. Babilônia é um campo de trabalhos forçados (42), Deus derrotará os inimigos Babilônicos pelo rei da Pérsia, Ciro. Haverá uma grande peregrinação pelo deserto para Jerusalém, um novo êxodo, maior e mais fantástico que a saída do Egito (41; 42; 48).

A teologia do retorno é intercalada pelos Cânticos do Servo Sofredor (42; 49; 50; 52.13-53.12). Os cânticos mostram a vocação, a obra e a missão do Servo de YHWH. No N. T. foi interpretado como Cristo.

2.1 - DIVISÃO DO LIVRO DO II Is.

II Is 40-55:

Este Isaias anuncia o Novo Êxodo, e como foi dito é composto em poesia:

1° divisão:

II Is 40.1-11 – hino da vinda do Senhor.
II Is 40.12-31 – hino da majestade do senhor.
II Is 41.1-20 – a redenção do Senhor.
II Is 41.21-29 – a grandeza do Senhor

II Is 42.1-9 – o servo do Senhor.

II Is 42.10-17 – hino de louvor à salvação do Senhor.
II Is 42.18-25 – a visão e a audição do povo não é boa.

II Is 43.1-132 – o resgate de Deus.

II Is 43.14-21 – libertação da escravidão de Babel.
II Is 43.22-28 – a justiça do Senhor.
II Is 44.1-8 – Deus único.
II Is 44.9-20 – o pecado da idolatria.
II Is 44.21-28 – a salvação.
II Is 45.1-7 – Ciro, o Persa.
II Is 45.8-18 – Deus é criador de todas as coisas.
II Is 45.19-25 – a idolatria desagrada a Deus.
II Is 46.1-13 – os ídolos da Babilônia caem.
II Is 47.1-15 – a destruição da Babilônia.
II Is 48.1-22 – combatida a idolatria de Israel.
II Is 49.1-7 – o servo do Senhor e os gentios.
II Is 49.8-26 – promessa de restauração a Israel.
II Is 50.1-11 – o servo do Senhor.
II Is 51.1-52.12 – assim voltarão os resgatados do Senhor.
II Is 52.13-53.12 – o sofrimento do servo do Senhor.
II Is 54.1-17 – a glória de Sião.
II Is 55.1-13 – a graça é para todos.

2° divisão:

II Is 40.1-11 – hino da vinda do Senhor.

II Is 45 – Ciro, o Persa.

II Is 55.1-13 – a graça é para todos.

Divisão do livro.

Is 1-39.



Is 56-66.

2.2 - COMENTÁRIOS A Is 40-55.

Is 40.1-11 – este trecho é denominado de livro da consolação de Israel: o anúncio do futuro, da mudança do deserto em terra fértil: voz do que clama aparece duas vezes, no v. 3 e no v. 6. O Senhor com seu poder virá para transformar todas as coisas.

Is 40.12-31 – mostra a majestade e o poder de Deus; o v. 13 fala do conselho e do Espírito do Senhor; no v. 28 fala de Deus o Criador; nos vv. 29-31, os que esperam no Senhor renovarão as suas forças. 41.1-20, a doutrina da redenção é forte nos: nos vv. 3-4 o princípio e o último; no v. 6 a fortaleza do Senhor; v. 7 o construtor; v. 8 Israel, Jacó e Abraão; v. 9 o chamado; v. 10 não temer ou assombrar; v. 13 ajuda de Deus; os v. 14 diminutivos; ; v. 17 os aflitos e necessitados; v. 18-20 a transformação do deserto seco em úmido.

Is 40.21-29 – aqui está a grandiosidade do Deus de Israel e o chamado para contemplar a sua glória. No original glória tem um sentido também político e pode ser entendido como poder.

Is 42.1-9 – pela primeira vez ocorre o termo Ebed - servo do Senhor, aquele que padece calado, não reclama de nada - este servo do Criador será chamado para abrir os olhos dos cegos, libertar da escravidão, este será a glória do Senhor Deus.

Is 42.1-17 – é um cântico de louvor pela salvação dos escolhidos.

Is 42.18-25 – é um clamor e lamento contra a cegueira e a perda de audição do povo.

Is 43.1-13 – eu te remi, esta é a expressão da redenção de Israel, chamei pelo nome (nos capítulos anteriores o profeta anuncia a destruição dos povos), em outros denuncia Israel e Judá e se não se arrependerem terão a mesma sorte que os povos vizinhos; aqui acontece que somente Israel será salvo. V. 14-21 – mostra que todos serão salvos do cativeiro Babilônico. No v. 20 fala que até os animais do campo baterão palmas por esta salvação; no v. 19 mostra a nova criação; no v. 18 que devem esquecer as coisas passadas; os versos de apocalipse e de Paulo conhecem bem estas passagens.

Is 42.22-28 – este texto mostra a grandiosa misericórdia de Deus para com seu povo.

Is 44.1-8 – no v. 6 mostra a unicidade, o primeiro e único Deus de Israel - o Senhor é o único Deus de Israel.

Is 44.9-20 – aqui a uma referência a idolatria e quem a pratica comete loucura.

Is 44.21-28 – sempre há lembranças às tradições históricas de Israel - Jacó, Abraão, Isaque, etc. Em Is 44 está repleto destas lembranças - neste trecho há menção à libertação do povo do cativeiro.

Is 45.1-7 – a lembrança de libertação começa a ser cumprida no chamado de Ciro, o Persa, que será o libertador de Israel do cativeiro Babilônico.

Is 45.8-18 – mostra neste relato que o Senhor é criador e recriador de todas as coisas.

Is 45.19-25 – existe uma comparação entre Deus e os ídolos dos povos e de Israel e que o Deus único do cap 44 mostrando que este Deus de Israel é superior a todos os ídolos juntos.

Is 46.1-13 – a menção sobre a queda dos ídolos da Babilônia é mera referencia aos poderes políticos daquele país; o v. 1 menciona que animais são idolatrados - a prática da justiça e salvação serão imperativos de Sião.

Is 47.1-15 – a demonstração histórica de como a Babilônia teria a sua queda.

Is 48.1-22 – Deus ano suporta mais a infidelidade de Israel para com Ele - o nome de Jacó aparece várias vezes neste texto - a infidelidade é - não ouvir, prestar a atenção, conhecer (daat) o Senhor.
Is 49.1-7 – ocorre de novo à presença do tema do servo do Senhor, este servo será a luz e o caminho para a salvação dos gentios - tu és o meu servo - Israel, serei glorificado por ti.

Is 49.8-26 – o v. 8 é um hino lindo- no tempo aceitável, eu te ouvi e te socorri com a salvação - te guardarei... para restaurares a terra. Aqui temos a idéia de posse e retomada da terra prometida, é a restauração de Israel como povo - ocorre uma transformação do deserto- virão do Norte e do Ocidente, de Sinim; o v. 13 é um cântico - tudo isto será feito pelo Salvador, Redentor e poderoso de Jacó.

Is 50 – mostra que o servo do Senhor será maltratado, mas permanecerá em infidelidade para com Deus . este texto lembra um pouco o livro de Oséias e seu casamento e divórcio.

Is 51.1-52.12 – neste trecho ocorre uma manifestação de consolo para Sião côo ocorreu no cap 40. No v. 16 - tu és meu povo. N v. 17 o duplo despertarem e em 52.1 o novo duplo despertar.


2.3 - TEOLOGIA DO II Is.

A teologia do Deutero Isaias é à volta do exílio e a consolação de Israel. O deserto será transformado para que o povo regresse a Jerusalém. Os rios correram pelo deserto, este deserto florescerá, terá arvores e animais. Os vales serão aterrados, as montanhas serão rebaixadas: tudo para que o povo retorne a Sião. Poucos retornarão para reconstruir Jerusalém, o templo e os muros. Parece a mensagem do Deutero-Isaias uma utopia, ou um cântico de consolação. Este profeta é otimista ao extremo, pensa na salvação e na promessa de retorno. O novo êxodo será mais fantástico, maravilhoso, fenomenal do que o primeiro. O primeiro foi difícil o retorno pelo deserto, no segundo êxodo a transformação da natureza será possível para o retorno do povo. O povo é convocado a retornar. Somente o resto ouve este anuncio de consolação.






























V – PROFETAS DO PÓS-EXÍLIO (538-165).


No ano 539/8 o rei da Pérsia, Ciro, massacra o reino Babilônico governado pelo último rei Nabonides. Ciro despacha de volta todos os povos exilados na Babilônia, em 538 escrevendo o decreto libertando todos os judeus e que permitia o seu retorno para a reconstrução de Jerusalém (Esd 6.3-5). Os judeus ricos ficaram na Babilônia e preferiram não retornar ao caos, mas um pequeno grupo liderado por Esdras retorna e sacrifica no templo (Esd 1.8). Os que retornaram enfrentaram as dificuldades da reconstrução.

No reinado de Cambises (529-522 a.C.) o rei sucessor de Ciro, começa o retorno, com Dario I (522-485) Zorobabel é o escolhido para ser o administrador. Ele é descendente de Davi. Josué é escolhido sacerdote, o templo foi reconstruído e reconsagrado em 515 a.C. Houve muita briga entre ao que retornaram e os que ficaram em Jerusalém. Neemias e Esdras reconstroem Jerusalém e reedita a lei de Moisés. Os profetas deste período são: Ageu, Obadias, Zacarias, Joel e Malaquias.


1 - OBADIAS.

Um livro profético muito pequeno, tem 23 versículos, o profeta Obadias (ou Abdias) não é conhecido e seu escrito é difícil de ser datado, uns o colocam antes e outros o colocam depois do exílio. Talvez seja melhor coloca-lo no período do exílio. A sua mensagem é de conforto, exortação. A sua luta é contra Edom que se aproveita da fraqueza de Judá. Os edomitas após a queda de Jerusalém 586 a.C. começam a se vingar dos judeus e retornam as suas terras perdidas.

1.1 - DIVISAO DO LIVRO.

v. 1-14 – pecado e castigo de Edom (ver Jer 49.14-16).
v. 15-21 – restauração e felicidade de Israel.

1.2 - COMENTÁRIO A OBADIAS.

Um pequeno livro, autor desconhecido, para datar a obra de composição é o maior problema: antes ou depois do exílio? Durante o exílio, a mensagem é de consolação, exortação e conforto ao povo desolado com a destruição de Jerusalém.

O profeta denuncia os vizinhos de Israel e Judá, que se utilizaram suas fraquezas para tomar os territórios. O livro imita a II Is e Jer 49.14-16 para falar do pecado de Edom e como ele seria castigado.

A grande mensagem da Obadias é a de restauração do povo, da cidade, do templo e dos muros de Jerusalém. O autor desta pequena obra anuncia a felicidade de Sião. Israel viverá feliz e sem problema, e vingará seus inimigos. Edom será castigado e Israel viverá em paz.

1.3 - TEOLOGIA DE OBADIAS.

O profeta envia a mensagem de Deus através de oráculos contra as nações e de modo geral anuncia a vinda de Javé. Na introdução ele fala de uma visão, redação da conclusão e deste inicio deve ter sido feito por outro redator. Todo o texto foi reelaborado, posteriormente. A sua visão e anuncio é contra Edom, descendente de Esaú e perante do povo de Israel. Este povo se vinga, na época do rei Davi, Salomão que tomaram parte de seu território, agora ele está tomando de volta as terras perdidas na época em que Jerusalém caiu nas mãos dos Babilônicos. Então os oráculos e seus escritos são posteriores a 587 a.C. Não sabemos nada sobre o seu nome e pessoa.

Para Obadias tudo está perdido, o templo destruído, o povo foi para o cativeiro; mas em sua visão Deus lhe dá animo e a seu povo, o dia de Javé chegou, Ele atuará na história do mundo e intervirá e reinará. Quando ele vê a esperança, a luz natural, começa a pregar a desgraça de Edom que é maior do que a de Jerusalém. Ele quer mostrar aos desalentados que há ainda salvação. O conforto de Obadias é a de Jeremias, há muitas semelhanças entre os dois profetas.


2 - AGEU.

Só podemos conhecer Ageu em Esdras 5.1 e 6.14 e nada mais sobre este profeta. Ele atua no ano 521 em Jerusalém. A mensagem de Ageu é a reparação e inauguração do templo, o templo deve ser reconstruído antes das casas, do país e de Jerusalém para celebrar o culto e sacrifícios. Ninguém quer saber do templo, este deve ser o lugar de Deus e Deus aparecerá a todas as nações.

2.1 - DIVISAO DO LIVRO DE AGEU.

Ag 1.1-11 – exortação para se reedificar o templo.
Ag 1.12-15 – o povo atende.

Ag 2.10-19 – infidelidade do povo.
Ag 2.20-23 – promessa de Javé a Zorobabel.

2.2 - COMENTÁRIOS A AGEU.

O livro de Ageu começa com a exortação para a reconstrução do templo (1.1-11) e termina fazendo um fechamento com a promessa de Javé a Zorobabel (2.20-23). É um livro pequeno e elaborado deste quadro literário que é: o povo atende, 1.12-15 como inicio e o fim com o não atendimento, mas infidelidade do povo 2.10-19. no centro do livro, o resplendor e a glória do 2° templo.

Podemos notar a estrutura do livro bem disposta. Começa a sua narrativa no ano 537 a.C. e tem conexão com Esd 3.7-12; a dificuldade das reconstruções. A queda de Cambises em 522 a.C. e a subida ao trono de Dario I traz a tensão para a reconstrução que estava abalada pelas tensões internas entre os moradores e os repatriados. A única salvação está no Messias.

2.3 - TEOLOGIA DE AGEU.

A teologia de Ageu está fundada no despertamento, na consolação do povo e na reconstrução e inauguração do templo. Havia uma luta interna entre os moradores de Jerusalém e os que retornaram do exílio. Aqui vemos as preocupações com as lutas internas e as externas: Cambises e Dario I. Mas a preocupação central está na fé abalada do povo. O povo não acredita em mais nada. Os que retornaram viram que se reconstruir era mais difícil do que eles esperavam.

O zelo da fé é menos que o trabalho que tem para reconstruir o templo. A casa do Senhor, dizia ele, está cada vez mais difícil de ser reerguida. Mas a mensagem do profeta é as bênçãos que serão multiplicadas e a salvação que virá. As disputas externas mostram que o dia de Javé chegou. Zorobabel da linhagem de Davi é portador da messianidade. O 2° templo é mais glorioso que o primeiro, o Messias-Rei assumirá o trono em Israel.


3- ZACARIAS.

Conforme o livro de Esd 5.2; 6.14; e Nee 12.16 este profeta era filho de Ido, sacerdote com Josué e Zorobabel que retornara da Babilônia. Ele é outro sacerdote que se torna profeta, foi do mesmo período de Ageu e sua mensagem é de 520 a 518 a.C. Existem dois livros do profeta Zacarias: o I Zac 1-8 e o II Zac 9-14. o primeiro é do período de Dario II e o II Zac pode ser uma compilação da época dos gregos e de Alexandre Magno nos séculos IV ou III a.C. Quase cem anos depois do I Zac que é do século V.

O primeiro prega aos que retornara do exílio para reconstruir o templo e a vida em Jerusalém e retornarem a ser o povo de Deus. O segundo fala da ameaça grega, da vinda do Messias e assim podemos ver as diferenças gritantes entre os dois.

3.1 - DIVISÃO DO I ZACARIAS 1-8.


Zac 1.7-17 – 1° visão: os cavalos.
Zac 1.18-21 – 2° visão: chifres e o ferreiro.
Zac 2.1-5 – 3° visão: a medição de Jerusalém.
Zac 2.6-13 – exortação para que Israel volte a Sião.
Zac 3.1-10 – 4 ° visão: sumo sacerdote Josué.
Zac 4.1-14 – 5 ° visão: candelabro entre as oliveiras.
Zac 5.1-4 – 6° visão: o rolo voador.
Zac 5.5-11 – 7° visão: a mulher e a efa.
Zac 6.1-8 – 8° visão: os carros.

Zac 7.1-7 – jejum que não agrada.
Zac 7.8-14 – desobediência leva ao exílio.


3.1.1- Comentário a Zacarias 1-8.

O livro de Zacarias poderia ser dividido até em mais do que dois Zac. Este escrito é o do 2° Zac, que foi atribuído ao profeta Zacarias contemporâneo de Ageu. Começa a pregar no ano 520 a.C. um mês antes de Ageu. Ele prega ate 518 a.C. três anos antes do templo ser reinaugurado. Ageu antecede a reforma religiosa e Zacarias evidencia o movimento de renovação religiosa. Os que retornaram da Babilônia são convocados à esperança, as dificuldades são grandes, muitos dificultam a reconstrução de Jerusalém. Assim a reforma demora mais a ser feita: a decepção e a frustração começam a ser grande.

Zacarias é da família sacerdotal, tem um papel importante no templo, os jejuns são proclamados, a preocupação com a pureza e santidade. O sacerdote também é profeta, que apela para a convensão do povo. É um profeta de visões, oráculos são fases preparatórias para o anuncio do Messias; as visões sobre Josué e os ungidos mostram o governo sobre o povo, as visões do livro, mulher, os cavaleiros e a restauração final.

3.1.2 - Teologia de Zacarias 1-8.

Podemos falar de uma dupla teologia nos capítulos 1 a 8. O profeta prega e anuncia a intervenção de Deus em Jerusalém. Deus fala ao profeta por visões, comunica diretamente ao povo. O Deus de Zac é santo, transcendente, leva o povo com sua mão. Deus está um pouco distante dos acontecimentos. Um anjo comunica e explica as visões. Deus usa anjos, cavaleiros para anunciar seus intentos. Deus não está ausente ou distante; esta distancia é mais do povo do que de Javé.

A fé do povo que é vazia. Esta linguagem de Zac 1-8 é apocalíptica. Deus está escondido pelos simbolismos no escrito do profeta. Este simbolismo representa a ligação entre Deus e o homem. A esperança é a teologia anunciada, as frustrações, as dificuldades leva a uma nova esperança. A renovação do culto, a inauguração do templo leva a uma nova salvação. Isto leva a uma era messiânica, as nações serão também salvas. O governo é duplo: sacerdote e príncipe. Mas o governo verdadeiro é o que virá. O Messias será o rei e sacerdote.

3.2 - DIVISAO DO II ZACARIAS 9-14.

Zac 9.1-8 – castigos dos povos.
Zac 9.9-17 – o rei vem de Sião.
Zac 10.1-11.3 – benção a Judá e Israel.
Zac 11.4-14 – a parábola do bom pastor.
Zac 11.15-17 – a parábola do pastor insensato.

Zac 12.10-14 – habitantes de Jerusalém se arrependem.
Zac 13.1-6 – destruir os ídolos e os falsos profetas.
Zac 13.7-9 – ferido o pastor.
Zac 14.1-15 – juízo sobre Jerusalém e seus opressores.

3.2.1 - Comentário a Zacarias 9-14.

Os problemas sociais, a restauração acabou, a cidade foi separada, o templo foi inaugurado. A esperança messiânica que se identificava no I Zac com Zorobabel e o Templo, no II Zac é o rei Messias pobre, o pastor não aceito e misterioso. As visões, os oráculos messiânicos identificando Zorobabel e Josué passando a ter um conceito novo, o profeta e o anjo mensageiro em cena no II Zac.

A composição literária de Zac 9-14 tem uma moldura que parece ser uma composição complicada de redação.

9.1-8 14.1-15 castigo e juízo.
9.9-17 14.16-21 o rei e a glória de Sião.
10.1-11.3 12.10-14 benção aos habitantes de Judá e Israel.
11.4-14 13.7-9 parábola do pastor e o pastor ferido.
11.15-17 13.1-6 pastor insensato, destruiu ídolos e falsos profetas.

12.1-9 – salvação em Jerusalém.

Esta é a estrutura do II Zac. Sempre vai dar pelo redator final: a salvação de Jerusalém. Este livro leva a ter seus fundamentos no período grego e não persa os seus oráculos e visões.


3.2.2 - Teologia de Zacarias II.

A teologia do II Zac é a teologia do advento messiânico. Teologia do Messias ideal. Esta teologia do II Zac parece-se com o apocalipse de Is 24-27. A salvação de Israel/Judá será feita pelo próprio Javé. Ele destruirá os inimigos de seu povo e reunirá os escolhidos em Jerusalém. Os pagãos comerão desta migalha da salvação e serão integrados na comunidade dos salvos de Judá. Os povos serão reunidos com os clãs de Judá. Israel se submeterá as exigências da lei e guardará os rituais de pureza, e do culto. A visão é que os estrangeiros se juntarão e se afiliarão a Judá.

O Messias que virá terá uma imagem tríplice: o rei messias, protótipo de Davi e Salomão; o profeta: pobre e justo. O Messias é o ideal dos pobres do Senhor. Por fim, a terceira imagem do Messias é o Bom Pastor que o Evangelho de João seguirá esta visão do Messias. O Pastor em II Zac é o próprio Javé. Aqui em II Zac parece-se com Is 53, o Servo Sofredor, o seu sacrifício é fonte de transformação dos corações, pureza, a linhagem de Davi. O Messias virá com toda a sua glória para salvar Judá.


4 - TRITO OU TERCEIRO ISAIAS 56-66.

Mais um profeta anônimo, discípulo do discípulo de I Is ou do Is histórico. Vive a realidade da Jerusalém celestial, pós-exílico. Jerusalém está de novo em ruínas com os gregos (62), o templo está destruído de novo (66), é do período de 520-300 a.C. Ele prega o guardar a lei, denuncia as praticas religiosas e os cultos sincréticos, a salvação universal que não acontece por culpa do próprio.

4.1 - DIVISAO DO LIVRO.

III Is 56.1-8 – chamada dos gentios.

III Is 60.1-22 – o esplendor de Jerusalém.

III Is 66.10-24 – fidelidade de Deus é eterna.


1° divisão:


III Is 56-66 – a nova Jerusalém.



III Is 56.9-12 – coitados dos guias cegos de Israel.
III Is 57.1-13 – a idolatria de Israel está condenada.
III Is 57.14-21 – anúncio de paz aos que se arrependerem.

III Is 58.1-14 – a pregação do jejum.
III Is 59.1-21 – confissão coletiva de Israel.

III Is 61.1-11 – o anúncio da salvação.


III Is 63.1-6 – a vingança de Deus.
III Is 63.7-64.12 – últimas palavras do profeta.
III Is 65.1-7 – Deus nega os idolatras.
III Is 65.8-16 – Ele salve somente o resto fiel.

III Is 66.1-9 – os que praticam a maldade estarão fora do novo céu e da nova terra.
III Is 66.10-24 – a fidelidade de Deus é eterna.

4.2 - COMENTÁRIOS A ISAIAS 56-66.

Is 56.1-8 – começa aqui a demonstração da vocação dos gentios, fazei juízo e praticai a justiças são as exigências de Deus para que sua justiça e bondade sejam manifesta. O v. 2 mostra uma bem-aventurança, os eunucos entrarão no reino de Deus, este verso é citado por Jesus. O v. 7 fala da casa de Oração para os povos, outro texto que tem repercussão no Novo Testamento, os disperses serão reunidos em Israel.
Is 56.9-12 – este trecho mostra que muitos são guias cegos, estes estultos serão confundidos e se esquecem das coisas que estão por acontecer.

Is 57.1-13 – a idolatria, transgressão, sacrifícios são condenados por Deus.
Is 57.14-21 – há ainda uma esperança e esta é a paz para todos, mas para os perversos não há paz.

Is 58 – Deus exige a justiça e o direito mais que o jejum muitas vezes necessário - o jejum contra a impiedade, a escravidão, o serviço, os bens materiais para os outros. O v. 8 mostra que quem pratica a justiça e o direito será a luz da alva - será prontamente atendido - luz nas trevas - o descanso é dia de honra a Deus.

Is 59 – as iniqüidades do povo causam separação entre eles e Deus, para que haja mudança nesta realidade deve-se fazer uma confissão coletiva, do povo todo e o perdão de Deus será para a nação e que todos pratiquem a justiça e a misericórdia, o temor a Deus será reconhecido entre as nações. O v. 20 mostra que virá o redentor e salvará os que se converterem- o v. 21 fala da promessa do Espírito do Senhor a toda descendência dos convertidos.

Is 60 – este trecho é fantástico: as boas notícias de salvação são anunciadas aqui: o v. 1 começa com o revestimento do Espírito do Senhor e a pregação das novas, este texto é uma extensão feita ao N.T. e usada por Jesus em sua mensagem do reino e a sua missão. O v. 2 é o ano do jubileu: perdão e salvação para todos, consolo, alegria e a participação da glória do Senhor. Este texto mostra ainda que o Senhor ama a justiça e odeia a injustiça. Mas aqueles que fazem o bem, toda a sua posteridade serão reconhecidos por todos os povos, a idéia de renovo aparece duas vezes neste texto, renovo é o remanescente ou aquele que permanece fiel.

Is 62 – a nova Jerusalém começa a ser demonstrada; aqui aparece como a noiva do Senhor. Jerusalém em sua etimologia é: cidade da paz, é isto que diz o v. 1-2, Jerusalém não será mais zombada e ninguém a chamará de desolada e desamparada; ela será a noiva que chamada de Sião, a procurada, cidade-não-deserta, e seus moradores serão denominados de Povo Santo, redimidos do Senhor.

Is 63.1-6 – Deus vingará o seu povo contra Edom e Bozra - o ano do jubileu é chegado, v. 4.
Is 63.7-64.12 – este longo trecho fala da oração do profeta, é um cântico sobre Sião - a salvação, fala Moisés, Abraão, da redenção, da criação de Deus em todas as coisas, Deus é Pai de seu povo.

Is 65 – aqui está à resposta de Deus a este cântico do profeta. A promessa de salvação e de rejeição dos perversos (vv. 1-7). Mostra a salvação daqueles que permanecem fieis, do resto de Israel (vv. 8-16). Mostra a nova criação: um novo céu e uma nova terra, uma nova Jerusalém, a terra de paz, a ecologia volta a ser tema deste texto (vv. 17-25).

Is 66.1-9 – este é o final do hino; ficarão de fora desta Jerusalém terrestre e celestial os que praticam a religião dos pagãos, os infiéis, os que praticam sacrifícios a outros deuses.
Is 66.10-24 – o restante do Cântico a Sião mostra a felicidade dos que irão habitar a Sião eterna.

4.3 - TEOLOGIA DO III ISAIAS.

O III Is prega a renuncia de várias coisas. O povo retorna a Jerusalém e enfrenta problemas na reconstrução e acomodação povo aos redores e na cidade. Os caps 58, 59 e 65, são do II Is, o 66 é do redator final. Este profeta anônimo enfrenta a briga interna e externa, os trabalhadores de reparação da Jerusalém. Muitos do que retornaram pobres ficaram mais pobres ainda. Os que ficaram e não foram para o exílio empobreceram. Há um ciúme generalizado. Os estrangeiros na cidade de Jerusalém estão bem estabelecidos. Há um grande desânimo no povo e ainda surge uma ameaça externa poderosa: os gregos. Este profeta é da época de Zacarias e Ageu. O declínio Persa é evidente.

O profeta anuncia nas entrelinhas:
- a crise de esperança, o povo vendo toda esta situação a beira do caos depois da reconstrução; surge a desconfiança e a frustração;
- o culto se degenera de novo, a depravação social e o caos econômico se instalam;

- o ódio racial retorna: Judaítas e Samaritanos rompem para sempre.

Resta apenas uma coisa: a Nova Jerusalém, o novo céu e a nova terra em meio da desilusão completa do povo.


5 - JOEL.

As profecias deste livro são complicadas para data-las, talvez seja melhor coloca-las entre o inicio ou o fim do ano 400 a.C. Joel era filho de Fatuel, viveu e pregou na cidade de Jerusalém. Profeta do templo, do culto, tem em sua preocupação central o templo. A sua mensagem é o dia de Javé, fala da invasão de gafanhotos, terremotos, prega a conversão pelo jejum, e que o dia de Javé seja a salvação e não de condenação ao povo de Jerusalém.

5.1- A DIVISAO DO LIVRO.

Jl 1.1-2.11 – fome, gafanhoto e seca.

Jl 2.28-32 – promessa do Espírito.
Jl 3.1-17 – juízo de Deus sobre os povos inimigos.


2.12-27 3.1-17
- 1.1-2.11 2.28-32 3.18-21

- 1.1-2.11 - 3.1-17 – fome, juízo, seca, gafanhoto.
- 2.12-27 - 3.18-21 – Deus bondoso, restauração de Israel.
- 2.28-32 - promessa do Espírito.


5.2- COMENTÁRIOS A JOEL.

Este livro tem problemas de composição literária. Em sua estrutura observamos a preocupação do redator final em coordenar as idéias para tornar os quatro capítulos coerentes. Parece uma liturgia ou cantata com quatro divisões: parte do flagelo, destruição para chegar à humilhação e perdão e finalmente alcança a misericórdia de Deus. Os oráculos de Joel são pequenos apocalipses: a destruição, o jejum apareceu duas vezes em lugares distantes.

Não existe lógica literária neste livro: vai da desgraça à salvação; destruição dos povos à salvação do povo de Deus. O povo escolhido foi centralizado na literária para mostrar que apesar das pragas o povo humilhado e jejuando seria salvo. Parece que o profeta copia a teologia da saída do Egito: o Êxodo. Tudo isto é para mostrar o Dia do Senhor que virá. Este profeta está ligado ao culto.

5.3- TEOLOGIA DE JOEL.

A mensagem deste profeta (teologia) tem dois esquemas principais: uma é a mensagem de salvação e o dia do Senhor que virá. O dia do Senhor aparece nos 4 capítulos. O dia está relacionado com o juízo de Javé, o monstro ou monstros estão relacionados com as potencias que estão sendo abatidos.tudo isto é para mostrar que Javé é Senhor do universo. Quando o Senhor chegar tudo será subjugado aos seus pés.

A mensagem de salvação ligada ao derramamento do Espírito mostra que todas as dificuldades acabaram. Os desastres: fogo, seca, invasão dos gafanhotos, o caos e agora Javé é o Senhor de tudo e de todos. Todos invocarão Javé, e agradecerão a salvação que veio para o povo. O texto central de Joel é interpretado em Atos dos Apóstolos como o derramamento do Espírito Santo.


6 - MALAQUIAS.

O significado deste nome é mensageiro de Deus, anuncia seus oráculos em 515 a.C. O templo tinha sido reinaugurado e oferecido o sacrifício de dedicação ao templo (1.10; 3.1-10) . O profeta prega o casamento e permite em certos casos o divorcio (2.16).


6.1 - DIVISAO DO LIVRO.


Mal 1.6-14 – condenação dos sacerdotes.
Mal 2.1-9 – castigos dos sacerdotes.
Mal 2.10-16 – a infidelidade conjugal.

Mal 3.6-12 – roubo dos dízimos e ofertas.
Mal 3.13-18 – o justo e o mal.


1.1-5 - 4.1-6 – amor de Javé e o sol da justiça.
1.6-14 - 2.1-9 – condenação e castigo dos sacerdotes.
2.17 - 3.5 – vinda de Javé.


6.2- COMENTÁRIOS A MALAQUIAS.

Como podemos ver a estrutura de Malaquias é complicada. Há uma moldura entre o inicio e o fim sobre o amor de Deus e o sol da justiça. No meio deste quadro encontra-se a vinda de Javé. Há outra base de estrutura com a condenação dos sacerdotes e o castigo dos mesmos fazendo moldura com os roubos dos dízimos e das ofertas. Sobra uma estrutura da infidelidade conjugal com o justo e o mau. O livro menciona como o significado de seu próprio nome: o mensageiro - malaki. A mensagem trata do anuncio do Messias.

Este profeta anuncia a sua mensagem quando o povo está voltando do cativeiro Babilônico. O templo está sendo reconstruído, os cultos começam a ser efetivados. Mas o grande problema que surge são os casamentos mistos condenados por Esdras. O profeta enfrenta a grande desconfiança do povo, o desanimo é grande e a fé é muito fraca do povo. O profeta tenta reanimar o povo em 440 a.C.

6.3- TEOLOGIA DE MALAQUIAS.

A teologia do profeta refere-se as negligencias do culto, a corrupção e roubo dos sacerdotes. O profeta anuncia o castigo aos chefes religiosos de Jerusalém. O serviço do culto é desvirtuado, as infidelidades (não conjugais) estão relacionadas ao culto, ao sacrifício, à lei. A grande questão do profeta relaciona-se com a vida cultual e moral do povo; o profeta fala da negligencia das pessoas em observar o culto e prega a unidade da comunidade reunida em torno do templo reconstruído.

O profeta prega o sol da justiça que foi interpretado no N. T. como o Messias. O tema central do livro é a vinda, o Dia de Javé. O anjo do Senhor anuncia a todas estas coisas. Está aí o caráter apocalíptico do livro, o dia grande e terrível de Javé será para a comunidade que são infiéis.

7 - JONAS.

Os especialistas identificavam este Jonas como o filho de Anitai da época de Jeroboão no ano 840 a.C. (II Rs 14.25). Nada a ver, como seria um filho com mais de 400 anos? Este livro é de Jonas (que significa pomba; pássaro é o símbolo de mensageiro). Este livro pode ser datado entre 400 a 200 a.C. O livro quer mostrar que Deus pode salvar quem ele quer, inclusive Nínive, capital da Assíria. Aqui tudo é simbólico, desde profeta, peixe a Nínive. Esta cidade é o símbolo de paganismo, todos os pagãos são opressores do povo de Israel e assim são inimigos de Deus. A condição de Deus é o arrependimento, a teologia do livro é a conversão. O livro é composto de narrativa misturada com poesia e não profecia, é uma novela para afirmar o compromisso moral da conversão.

7.1 - DIVISAO DO LIVRO.


Jn 1.1-17 – vocação, fuga e castigo.

Jn 3.1-4 – Jonas prega em Nínive.
Jn 3.5-10 – arrependimento de Nínive.
J
Jn 4.6-11 – lição de vida.

7.2 - COMENTÁRIO A JONAS.

Este livro é profético. É uma mistura de narrativa com poesia. É uma novela em três atos, o profeta não é o ator principal. Palavra de Deus, o homem Jonas solitário diante de Deus. Este terceira cena é a parte principal da obra. A oração do profeta e a revelação de Deus e o ministério de Jonas.

Jonas mostra o universalismo de Javé, a experiência interior do profeta, fuga, retorno e a vontade de Deus para salvar o povo. O isolamento do homem, a denuncia do mal e a presença de javé. Aqui temos as cenas dos marinheiros, mar, vento, peixe, o povo ninivita, os animais e as plantas. Animais e natureza, e a presença de Deus é marcante na vida do profeta.

7.3 - TEOLOGIA DE JONAS.

O conteúdo da teologia de Jonas é a palavra de Deus. Esta palavra de deus tem que ser pregada aos destinatários. Deus se revela a Israel, deus é bondoso e misericordioso não só a Israel, mas a todas as nações. A salvação virá a todos, Jonas é universalista: a salvação é universal. Os estrangeiros serão salvos. Os numerosos dias e cento e vinte mil ninivitas são números universais e indicam a dimensão universal. Parece que o personagem é uma figura histórica (II Rs 14.25), mas Jonas significa pomba em hebraico e pode ser a figura de mensageiro.

A mensagem é mais educacional, pedagógica do que profética. A historia é fabulosa, imagens e símbolos abundantes tudo para mostrar que Deus salva quem quer, Ele salva quem se arrepende, aí está a mensagem pedagógica do livro. O humor de Jonas é azedo, mostra a realidade do pós-exílio em que os puros e santos que chegam ao templo de Jerusalém não estão vendo que Deus pode salvar quem ele quer.


8 - DANIEL.

Daniel é Daniel da Babilônia? Este livro é um livro corretado de uma história de um sábado Babilônico. Daniel é um sábio judeu. Será que viveu no século VI a.C.? a sua história só terminou de ser escrita no século II a.C., em 165 a.C.

Daniel e seus companheiros viveram na Babilônia, eram sábios, fieis e tementes a Deus, interpretes e visionários. Torna-se interprete dos sonhos dos babilônicos. O livro foi escrito no período dos macabeus (ler Daniel com I Mac – 175-165 a.C.). Este livro é profético, mas apocalíptico. A história mostra a luta e resistência contra a invasão grego-romana. A denuncia é contra Antíoco Epifanes IV rei da Síria.



8.1 – DIVISAO DO LIVRO DE DANIEL.


Hebraico Dan 1.1-21 – Daniel e seus companheiros.
Dan 2.1-4a – Daniel e os sonhos de Nabucodonosor.


Dan 2.4b-49 – sonho da estátua.
Dan 3.1-30 – livres da fornalha de fogo.
Aramaico Dan 4.1-37 – loucura de Nabucodonosor.
Dan 5.1-31 – escrita na parede.
Dan 6.1-28 – Daniel nas covas dos leões.
Dan 7.1-28 – sonho sobre os animais.


Dan 8.1-27 – visão do carneiro e do bode.

Dan 9.20-27 – profecia das 70 semanas.
Hebraico Dan 10.1-9 – visão de Daniel e do rio Tigre.

Dan 11.1-45 – os reis do Norte e do Sul.
Dan 12.1-13 – o tempo do fim.

I Daniel:
1.1-2.4a – Hebraico - Daniel, seus companheiros e o sonho.

II Daniel:
2.4b-7.1-28 – Aramaico - sonhos: estátuas / animais.

III Daniel:
8.1-12.1-13 – Hebraico - visão e o tempo do fim.


8.2 - COMENTÁRIO A DANIEL.

Podemos dividir o livro em três partes: o I Dan 1.21 a 2.1-4a escrita em hebraico; o II Dan 2.4b a 7.1-28 escrito em Aramaico; o II Dan 8.1- 12.13 escrito em Hebraico. Houve um editor final que reorganizou todo este material em duas divisões: 1-6 os relatos e o herói é Daniel; 7-12 as visões de Daniel. Estas seções estão organizadas em ordem cronológica. Existe um relato importante na Babilônia chamado de Daniel, talvez por isso este relato que é do período Babilônico o seu conhecimento, mas este livro terminou de ser escrito em 165 a.C.

O redator acrescenta em grego no capítulo 3 e a estória de Bel e Dragon, Suzana após o capítulo 12. Os cap 4-6 são diferentes em grego do que o Hebraico. O texto só foi reconhecido pelos judeus após o ano 90 d.C. O cap 13 é sobre Suzana e o 14 sobre Bel e Dragon. As histórias se passam no período de Antíoco Epifanes entre 175-164 a.C. Estes textos são apocalípticos.


8.3 - TEOLOGIA DE DANIEL.

A teologia da coletânea de Daniel é uma teologia da história, fala da fé e vida religiosa. As nações são pagãs, milhares de deuses, culto a estatuas, animais são cultuados, o rei é divino. Este livro é apocalíptico e apologético: combate o paganismo e a resistência contra o culto ao rei, ao homem. A fé pode levar a morte carnal, mas leva à vida. O livro fala do martírio do povo judeu que não se prostrou a ídolos nenhum. O Deus de Israel é o único e verdadeiro.

Ele é o único que tem poder sobre as nações e à história. Ele transmite a fé, esta fé mesmo que tenha formas de símbolos, mostra que o Deus de Israel é quem governa o mundo. Ele esconde e se revela ao mesmo tempo, esconde mas é reconhecido no meio de tantas maravilhas. O livro além de ser uma teologia da história, mas também é uma mensagem de esperança. É uma apocalíptica e uma escatologia; é a resistência presente para continuar no futuro, na presença de Deus.





























BIBLIOGRAFIA:

Lacy, J. M. Abrego. Los libros profeticos, El Verbo Divino, Navarra. 1993.

Neher, A. La essencia del profetismo, Ed Sigueme, salamanca, 1975.

Rad, Gerhardvon. Profetas verdadeiros y profetas falsos, Ed Sigueme, Salamanca, 1982.

Schokel, L. Profetas, Paulus, São Paulo, 1996. 2 Vols.

Sicre. J .L. O profetismo, Edit Vozes, Petrópolis, 1998.

VVAA. Profetismo, Editora Sinodal, São Leopoldo, 1994.

Zimmerli, Walter. La ley y los profetas, Ed Sigueme, Salamanca, 1980.